São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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MST busca provas a favor de Rainha

Movimento tenta inocentar líder

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciou sexta-feira na fazenda São Joaquim, em Quixadá (168 km ao sul de Fortaleza), um "arrastão" para encontrar provas que possam inocentar o líder do MST José Rainha Júnior, condenado a 26 anos e seis meses de prisão por um duplo assassinato ocorrido em Pedro Canário (ES).
Fátima Ribeiro, uma das lideranças do MST cearense, disse que integrantes do MST vão visitar "casa por casa" das cerca de 350 famílias assentadas na fazenda, procurando documentos que provem que Rainha estava na região no dia 5 de junho de 1989, data do crime.
"Esperamos encontrar uma foto, um documento ou alguma coisa que prove definitivamente que Rainha estava no Ceará. Senão, vamos levar os 2.200 assentados da fazenda como testemunhas, no próximo julgamento", diz Ribeiro.
No julgamento de Rainha, sua defesa sustentou a tese de que ele liderava uma invasão na fazenda São Joaquim, situada nos municípios cearenses de Quixadá, Quixeramobim e Madalena, no dia em que o fazendeiro José Machado Neto e o policial Sérgio Narciso da Silva foram assassinados.
A invasão começou no dia 25 de maio daquele ano e foi a primeira realizada pelo MST no Ceará. Segundo Ribeiro, Rainha morava em Quixadá nessa época e foi um dos coordenadores da invasão.
Ribeiro disse que o MST já dispõe de fotos e uma fita gravada que mostram imagens de Rainha na invasão, numa ocupação da sede do Incra, em Fortaleza, no dia 26 de maio, e numa audiência com o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), no dia 30 daquele mês.
A presença de Rainha na audiência foi documentada pelo chefe da Casa Militar de Jereissati, Sebastião Cavalcante, que atuou como testemunha de Rainha no julgamento de Pedro Canário.
A audiência foi também registrada em reportagem publicada no jornal "O Povo", de Fortaleza, na edição do dia 31 de maio.

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