São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Mitos do Franchising (1)

MARCELO CHERTO

Em sua recente passagem por São Paulo, onde participou do 3º Congresso Internacional da Franchising University, o psicólogo australiano Gregory Nathan, que já foi franqueador e franqueado, me convenceu, nas longas e profundas conversas que tivemos, de que está mais do que na hora de repensarmos o franchising e de falar abertamente sobre os mitos que o cercam. E que encobrem a verdadeira natureza do relacionamento franqueador-franqueado. Os principais são estes:
Mito nº 1: "O franqueado é um empresário independente". Não é não senhor. O franqueado pode ser autônomo. Mas nunca independente.
Dependência
É da essência da relação que cada franqueado observe as normas e os padrões impostos por seu franqueador no que se refere à implantação, operação e gestão de sua franquia.
Aliás, como me disse Nathan, independência é algo que todos nós buscamos ao longo de nossas vidas.
Contudo o fato, nu e cru, é que todos continuamos, em maior ou menor grau, dependentes de outras pessoas.
A independência plena é, em si mesma, um mito. Nos negócios a coisa não é diferente: um empresário depende, para sobreviver, de seus clientes, de seus funcionários, dos fornecedores, do governo e, muitas vezes, até dos próprios concorrentes.
Isso vale também para a relação entre um franqueador e seus franqueados: todos são interdependentes. E quanto mais cedo se derem conta disso, melhor para o futuro da rede.
Mito nº 2: "O franqueado é um cliente do franqueador". Soa bonito, não é?
Eu mesmo já repeti essa frase várias vezes, em cursos, seminários e até em livros.
Na verdade, nunca havia me detido para avaliar seu verdadeiro significado. Me penitencio aqui e agora.
Revisão
Embora os franqueados paguem taxas ao franqueador esperando, em troca, receber certos benefícios e serviços, não são clientes deste.
Um cliente pode escolher de quem e quando vai adquirir os bens e serviços que lhe interessam. Assim, os fornecedores desses itens no geral precisam competir entre si para atrair os clientes.
Já um franqueador não concorre com outros empresários no que se refere à prestação de serviços ou ao oferecimento de benefícios aos seus franqueados, com os quais celebrou o contrato de franquia.
Na próxima segunda-feira, continuamos expondo os mitos do Franchising, aqui nesta mesma "bat-página". Até lá.

Internet: www.franquia.com.br/cherto/
e-mail: marcelo.cherto@franquia.com.br

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