São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Multinacionais detêm 80% do mercado

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

As empresas de autopeças com maioria do capital estrangeiro já são responsáveis por 80% do faturamento da indústria no país, que atingiu US$ 17 bilhões em 96.
Nos últimos três anos, com a abertura da economia brasileira e a aceleração do processo de globalização da indústria automobilística, mais de 50 empresas brasileiras do setor de autopeças foram compradas ou se associaram a grupos multinacionais.
A tendência deve se manter.
"No ano 2000, cerca de 45% das 350 empresas que vão permanecer no mercado deverão ter capital estrangeiro", prevê Paulo Butori, presidente do Sindipeças, a associação que representa as empresas do setor.
"Elas vão ficar com mais de 90% do faturamento", calcula.
Sobrevivência
Os grupos estrangeiros seguem as montadoras que decidiram se instalar no país para disputar um mercado calculado em 2,5 milhões de carros no ano 2000.
Butori diz que as empresas nacionais, para sobreviver, vão precisar se associar a parceiros internacionais para adquirir tecnologia, escala de produção e contratos de fornecimento para os carros mundiais.
Ele não acredita que uma empresa com 100% de capital nacional possa suportar a concorrência e se manter como fornecedora direta das montadoras.
A Sabó, para Butori, é uma exceção. Conquistou um "nicho de mercado" que, segundo ele, foi desprezado por grandes grupos.
Sem enfrentar grande concorrência, foi ganhando espaço, se internacionalizou e virou um dos líderes do mercado mundial.
Limites
Mas Butori vê limites para a expansão independente da Sabó. "Mais cedo ou mais tarde eles serão engolidos", diz.
"As montadoras exigem cada vez mais o fornecimento de sistemas completos. É provável que surja um grande fabricante de motores, por exemplo, que acabe absorvendo a Sabó."
(APF)

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