São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Tricampeões batizam nova geração da América do Sul

Leão peruano e Gérson venezuelano jogaram na Copa América-97

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DE LA SIERRA

Sem chamar muita atenção, a Copa América-97 contou com as presenças de Leão e Gérson. Não os atuais comentaristas de televisão e tricampeões mundiais em 1970, mas o peruano Leão Butrón e o venezuelano Gérson Díaz, ambos com 25 anos.
Em comum, eles defendem as mesmas posições que os ex-jogadores: Leão é goleiro reserva dos semifinalistas peruanos, enquanto Gérson detém o número 8 (o mesmo do brasileiro) no meio-campo do selecionado já eliminado.
"Em Lima, eu sempre era escolhido por último no futebol de rua e tinha de ir para o gol. Além disso, meu tio me comprava sempre a blusa de goleiro. Essas são algumas das razões de eu ter ido para a posição", afirma Leão Butrón.
Segundo ele, a mania de nomes de jogadores brasileiros começou com meu avô. Seu pai se chama Ademir (por Ademir da Guia) e seu irmão Jair (por Jairzinho).
"Quando perguntavam meu nome, ninguém entendia, só mesmo quem acompanhava futebol."
Jogador do Sporting Cristal e estudante de administração, Leão diz nunca ter encontrado o ex-goleiro brasileiro.
"Em casa, tenho um vídeo com lances do futebol brasileiro em que ele aparece. E um amigo me prometeu conseguir a camiseta dele no Palmeiras, com listras horizontais em branco e verde."
Descendente de portugueses, o meia venezuelano Gérson Díaz diz que é casualidade usar o número do "Canhotinha de Ouro".
"Sou um jogador mais organizador, mais defensivo. Gérson era mais um lançador e um finalizador de fora da área."
Na família de Gérson, os nomes em homenagem não param no dele. Ele tem um irmão chamado Emérson (pelo corredor Fittipaldi) e um sobrinho de nome Éder (pelo ponta da seleção da Copa de 1982).
Em casa, ainda conserva um álbum de figurinhas de México-70.
Gérson conta que era uma exceção entre seus amigos. "Eu gostava de futebol, enquanto todos pensavam só em basquete e beisebol. Por isso, acabei na seleção."
Na Venezuela, o futebol é um esporte de comunidade, praticado principalmente pelos filhos de espanhóis, italianos e portugueses.

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