São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Livro refuta velha teoria

JOSÉ GERALDO COUTO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Roberto Santos morreu de enfarte quando esperava as malas na esteira de bagagens do aeroporto de Guarulhos (SP), em 3 de maio de 1987. Acabava de chegar do Festival de Gramado (RS), onde seu filme "Quincas Borba" tinha sido mal recebido pela crítica e pelo público.
Algumas críticas negativas ao filme, publicadas no mesmo dia nos jornais -sobretudo um artigo particularmente virulento de Amir Labaki, na Folha-, deram origem à teoria (que circula até hoje) de que o cineasta tinha sido vítima de um "assassinato cultural".
A biografia escrita por Inimá Simões refuta essa interpretação e mostra que a depressão do diretor era mais profunda. Tinha a ver com a sensação de desajuste com um cinema e uma situação social cada vez mais distantes de seu universo humanista. O festival como um todo pode ter agravado esse estado depressivo, mas não foi um texto de jornal que matou o cineasta.
"É provável que ele nem tenha lido a crítica do Amir", disse Inimá Simões à Folha. Pelo menos duas pessoas que viajaram com Roberto no mesmo vôo que o trouxe de Porto Alegre -a viúva Marília Santos e o cineasta Carlos Reichenbach- confirmam que o diretor não chegou a ler o texto da Folha.
(JGC)

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