São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Eleito novo líder do Partido Socialista

Joaquín Almunia substitui González

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-ministro e porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol, Joaquín Almunia, 49, é o substituto do ex-primeiro-ministro Felipe González, 55, no cargo de secretário-geral, o mais alto na hierarquia do partido.
Na última sexta-feira, González anunciou sua decisão de deixar a liderança, que exerceu na maior parte dos últimos 24 anos.
Almunia, considerado um político que sempre trabalhou à sombra de González, obteve 73% dos votos de aproximadamente mil delegados do congresso do partido, realizado ontem.
O resultado foi considerado uma surpresa, pois era tido como favorito Javier Solana, ex-ministro das Relações Exteriores e atual secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo González, seu partido desejava uma "mudança de gerações" na direção. Ele, que afirmou que não iria interferir no processo de escolha de seu sucessor, não disse também qual era seu candidato preferido.
Nascido na cidade portuária basca de Bilbao, Almunia é membro do PSOE desde a década de 70, no final do período em que a Espanha foi governada pelo ditador Francisco Franco. Nessa época, Gonçález estava no exílio, esforçando-se para afastar o socialismo espanhol de suas origens marxistas.
Almunia chegou à cúpula do partido em 1979, quando elegeu-se para Parlamento no cargo de deputado. No período de 1982 a 1996, em que González foi primeiro-ministro, Almunia foi ministro do Trabalho e, posteriormente, da Administração Pública.
Com a substituição, surgiram comentários de que González continuaria a controlar o partido nos bastidores e que estaria preparando um dramático retorno à liderança dos socialistas antes das próximas eleições gerais, previstas para o ano 2000.
Ele foi entrevistado ontem e questionado sobre esse assunto. "Como posso responder sobre o que não depende de mim?", disse aos repórteres.

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