São Paulo, segunda-feira, 23 de junho de 1997
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Videoteca; Nhenhenhém; Parlamentarismo; Cuba; Ciência e desenvolvimento; Plenário vazio; Estabilidade; Multas no futebol; Empréstimo

Videoteca
"Quero expressar minha indignação quanto à disponibilização da "Videoteca Folha" para os assinantes deste jornal. Sendo assinante, senti-me prejudicada quanto à forma de aquisição das fitas de vídeo.
É um absurdo: não tenho a opção de comprar as fitas que me agradem -tenho que me contentar com pacotes de cinco fitas e, pior ainda, caso não compre um dos pacotes, não tenho direito ao próximo.
Onde está a liberdade de compra? Caso não fosse assinante, poderia comprar somente o que me aprouvesse.
Gostaria que vocês repensassem suas promoções e favorecessem inicialmente os assinantes. Afinal, de que vale ser assinante há tanto tempo se nunca somos considerados? Até os brindes para aquisição de novos assinantes são mais atraentes que aqueles provenientes de renovação de assinatura.
Não comprarei as fitas -é minha forma de protesto!
E vou pensar muito bem na próxima renovação. Afinal, atitudes como essa me fazem desconfiar do lema "liberdade de opção" pregado pela própria Folha!"
Ana Lúcia Nunes Conti (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A Folha estruturou um sistema especial de entrega domiciliar para atender 96% dos assinantes que desejarem colecionar a Videoteca. O preço de R$ 3 por fita, pago pelo leitor de banca, é o mesmo preço do assinante. O adicional de R$ 0,90, pago pelo assinante por fita para manuseio e entrega domiciliar, é inferior ao custo médio do correio para as cidades atendidas. A Folha errou em mala direta distribuída aos assinantes condicionando a compra de futuros lotes de cinco fitas à aquisição do primeiro. O assinante pode comprar qualquer dos lotes que desejar.

Nhenhenhém
"Deixamos claro que nosso voto foi para o atual supremo mandatário, Fernando Henrique Cardoso. Nossa decepção começou quando, numa entrevista coletiva, um repórter perguntou o que ele, Fernando Cardoso, faria se só pudesse dispor, financeira e mensalmente, do valor do atual salário mínimo no Brasil.
Surpreendentemente, a resposta foi: 'Não me venha com nhenhenhém!'. E encerrou o assunto.
Na verdade, quem veio com o nhenhenhém foi ele, nosso presidente. Dali em diante, o que se constatou e se constata é que, para uma série de problemas do Brasil e dos brasileiros, em vez de soluções ou providências, tudo está sendo levado ou tratado apenas com nhenhenhém, razão de o momento do país já estar sendo denominado de 'era do nhenhenhém'."
Natálio Herrlein (Porto Alegre, RS)

Parlamentarismo
"Considerei muito esclarecedor o artigo 'Não deixemos cair nossas bandeiras' (19/6), do deputado Franco Montoro, à respeito de uma das diretrizes básicas do programa do PSDB: a defesa da adoção do parlamentarismo.
Consideramos ser esse regime mais democrático e participativo, como alternativa para governar o Brasil."
Daniel Vilela Ribeiro (Pindamonhangaba, SP)

Cuba
"A carta do diretor da Cubanos Desterrados (19/6), criticando posição do Brasil na OEA, é preconceituosa e demagógica.
Fidel Castro com certeza cometeu seus pecados, mas Cuba não estaria melhor caso continuasse nas mãos dos ex-cubanos de Miami, alguns dos quais descendentes do coronelismo da época de Batista. O endurecimento, por parte dos EUA, do injusto embargo econômico que vitima o povo da ilha foi motivado pela pressão eleitoral conservadora dos 'hermanos' de Miami."
José Augusto Vasconcellos Neto (Campinas, SP)

Ciência e desenvolvimento
"Por que o Brasil investe pouco em ciência e tecnologia, tornando-nos tão dependentes?
Onde estaria uma das saídas para nós, brasileiros? Nas universidades, que formariam melhores professores para os cursos básicos, os quais formariam melhor nossos estudantes, que se tornariam cidadãos mais conscientes e menos submissos, alimentando um círculo crescente de desenvolvimento, inclusive científico e tecnológico.
Infelizmente, a mentalidade dentro das universidades é a mesma dos nossos políticos. Seus reitores estão extremamente alinhados ao governo, aplicando fórmulas ditadas pelo Banco Mundial, em vez de desenvolver modelos adequados à nossa realidade.
Assim, a Universidade de Brasília está num processo de escolha de um novo reitor, o qual não passará de um mero ajudante de ordens do ministro da Educação, representante legítimo da oligarquia."
Cesar Koppe Grisolia (Brasília, DF)

Plenário vazio
"A foto publicada em 14/6 é um tapa no rosto do povo brasileiro. O líder do governo falando, na Câmara, para em plenário vazio.
Já o 'Painel' noticia a possibilidade de uma convocação extraordinária. Aí será uma cuspida na nossa cara. Cada deputado receberá, pelo 'trabalho' que deixou de realizar há poucos dias, a pretexto de evitar a constituição de uma CPI que investigaria a compra de votos, a bagatela de R$ 24 mil."
Walter G. Giordano (São Paulo, SP)

Estabilidade
"O governo quer a instabilidade para os seus funcionários concursados. Para quê? Só Deus sabe! (e o diabo também, é óbvio)...
Para a mídia burra, a demissão especial é 'uma das principais inovações da reforma administrativa' (Folha, 13/6). 'Estamos flexibilizando a estabilidade' (Inocêncio de Oliveira). Isso significa: estamos instabilizando a psiquê do serviço público para possibilitar o retorno ao cabide de empregos.
Os deputados e os senadores vão também ser instáveis? Conviria à reforma administrativa a extinção de órgãos com a mesma finalidade. É o caso típico do Poder Legislativo. A Câmara e o Senado são órgãos sobrepostos.
O Brasil precisa de estabilidade!"
Dario Alves (São José do Rio Preto, SP)

Multas no futebol
"Os clubes de futebol passaram, na prática, a ser empresas de espetáculos com fins lucrativos. No entanto, o sistema de penalidades do futebol, até agora, não tomou conhecimento dessa circunstância.
A eficiência das penalidades poderia ser incrementada mediante o acréscimo de penalidades pecuniárias; estas, ao mesmo tempo, beneficiariam a equipe contrária."
Henrique Goldkorn (Rio de Janeiro, RJ)

Empréstimo
"Como se não bastassem todos os saques que a Caixa Econômica Federal tem sofrido, os empréstimos concedidos indevidamente a órgãos governamentais ou instituições a eles atreladas, os escandalosos tapumes financeiros extraídos da CEF para tapar rombos financeiros que até ministros já fizeram, eis que continua o estelionato declarado. Sem perspectivas de pagamento por parte do governo do Estado do Rio, o governo federal concede empréstimo para pagar dívida."
Beatriz Maria Berghahn (Porto Alegre, RS)

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