São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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FHC diz não "aguentar" ilação sobre obra e eleição

RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente FHC disse ontem que não aguenta mais ouvir afirmações de que tudo o que seu governo está fazendo objetiva sua reeleição para presidente.
"Eu já não aguento mais ouvir que tudo que estamos fazendo para melhorar o Brasil -aliás, eu fico contente com isso, porque estamos melhorando o Brasil", disse o presidente, sem concluir a frase.
No discurso que fez na audiência com representantes da Skoda -empresa tcheca que vai instalar uma fábrica de caminhões na Bahia-, lembrou as realizações de seu governo e afirmou que cumprirá todas as promessas feitas.
"Estamos cumprindo as promessas de campanha de 94. E as pessoas podem ficar tranquilas porque nós vamos fazer outras promessas mais tarde e cumpriremos também."
O comentário bem-humorado de FHC aconteceu durante uma reunião entre ele, o governador da Bahia, Paulo Souto, parlamentares baianos e empresários da República Tcheca.
Ele aproveitou para afirmar que sente "orgulho" de o Brasil ter hoje uma produção automobilística que foi "espalhada por uma ação consistente" do governo.
FHC também descreveu os avanços nas áreas portuária e de irrigação. Elogiou o desenvolvimento do Nordeste e destacou obras de irrigação na Paraíba, na Bahia e na região Norte.
"Hoje o Brasil se sente comprometido com o desenvolvimento de suas regiões", afirmou. Sem poupar elogios ao governador Paulo Souto e aos parlamentares baianos, citou a Bahia como exemplo de Estado que soube "lutar pela industrialização".
A reunião de FHC com os parlamentares e os empresários tchecos foi promovida para comemorar o início dos trabalhos da empresa tcheca "Skoda" -que fabrica caminhões- na Bahia. FHC pediu que a inauguração da fábrica seja atrasada para não "dizerem" que seria eleitoreira.
"Mas eu lhe peço, encarecidamente, setembro não. Eles vão dizer que toda essa reunião de hoje (ontem) foi mais um passo na campanha", disse FHC para o empresário tcheco.
A Skoda vai fabricar caminhões de grande tonelagem para estradas. Vai investir inicialmente US$ 100 milhões e empregar de 600 a 2.000 funcionários, direta e indiretamente.

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