São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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Sem-terra anuncia marcha
PATRICIA ZORZAN
Unidos à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e à Central de Movimentos Populares, os sem-terra esperam reunir 4.000 pessoas para o percurso de cerca de 100 km que separa Sorocaba, Campinas e o ABC paulista de São Paulo. A "Marcha dos Três Sem", como está sendo chamada -sem-terra, sem-teto e sem emprego-, chegará à capital paulista em 25 de julho, Dia do Lavrador. "A caminhada servirá para criar um clima, é a mística da mobilização", afirmou ontem Gilmar Mauro, membro da coordenação nacional do MST. Segundo o movimento, aproximadamente 1.200 sem-terra sairão de Sorocaba no dia 20. Na mesma data, partirão de Campinas de 500 a 1.000 sem-teto. A CUT não revela números, mas promete mobilizar desempregados e operários do ABC (Santo André, São Bernardo e São Caetano). Outras pequenas marchas estão sendo articuladas a partir de bairros da cidade. Artistas, partidos de esquerda, favelados e membros da igreja se juntarão ao grupo no ato de encerramento da caminhada, na avenida Paulista, quando os organizadores da marcha esperam reunir 50 mil pessoas em um show. Greve Trabalhadores do setor de transportes -ônibus, trens, metrô e aviões- também planejam uma greve nacional para o dia 25. "Se tudo der certo, será um dia de paralisação em todo o país. Com tudo parado, a população terá de caminhar conosco", disse Gilmar Mauro. Além das bandeiras de cada um dos setores envolvidos na organização da caminhada, ainda serão discutidas questões como Justiça, educação, direitos trabalhistas, salário e Previdência Social. "Vamos aproveitar a mobilização para lutar pela absolvição de José Rainha", declarou Edvar Lavratti, da coordenação estadual do MST. Há duas semanas Rainha foi condenado a 26 anos e meio de prisão por co-auto. Texto Anterior: MST invade secretaria de SP em protesto Índice |
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