São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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Policiamento desaparece das ruas de BH

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Policiais militares se recusaram a sair ontem para as ruas da capital mineira para fazer o policiamento. Quase ninguém trabalhou nos principais batalhões da capital, o de Choque e o de Trânsito. Os serviços internos terminaram às 13h.
Nos dois batalhões, todo o armamento da PM foi recolhido e guardado por ordem dos oficiais. Nos coldres, ficaram apenas armas que pertencem aos próprios policiais.
Um sargento do Batalhão de Trânsito, que não quis se identificar, contou que a paralisação no quartel começou na entrada do turno da manhã. Segundo ele, um tenente teria dado voz de prisão a um cabo que chamava os demais policiais a não sair para as ruas.
Apenas quatro equipes do Batalhão de Trânsito ficaram de prontidão para atender exclusivamente aos acidentes com vítimas. Durante todo o dia, cerca de 200 policiais de trânsito se mantinham de braços cruzados dentro do quartel.
No Batalhão de Choque, na zona noroeste da capital mineira, os soldados também não deixaram o quartel. Segundo um soldado ouvido pela Agência Folha, eles não tinham como enfrentar os bandidos porque estavam sem armas.
O promotor de controle externo de atividades da PM mineira, José Fernando Sarabando, disse não acreditar que a ausência de policiais fosse motivada pelo movimento de reivindicação.
Segundo ele, é mais provável que o comando da polícia esteja rearticulando suas tropas, aproveitando que quarta-feira é um dia tradicionalmente tranquilo na cidade.
A avaliação dele é de que entre 60% e 70% dos policiais da capital não aderiram à greve.
Segundo o assessor de comunicação da PM, major Rômulo Berbert Diniz, não houve aumento de violência. Ele não divulgou o número de ocorrências registradas.

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