São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997 |
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Esterilização é criticada
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
"Só esperávamos esse nível de crescimento (1,3% ao ano) para a virada do século", conta Maria Coleta de Oliveira, coordenadora do Núcleo de Estudos de População da Unicamp. "Os EUA e a Europa levaram um século para reduzir a fecundidade na mesma proporção em que nós levamos apenas 40 anos", acrescenta Celso Simões, pesquisador do IBGE. As últimas estimativas (1996) oficiais apontam uma taxa de 2,5 filhos por mulher, mas Simões calcula que, em 1997, ela já deve ter caído para 2,3 filhos/mulher. Ambos demonstram preocupação com a causa da queda do número de filhos por mulher. "No Nordeste a coisa é muito radical. A quantidade de esterilizações é uma coisa estúpida", afirma Simões. Segundo ele, 44% das mulheres nordestinas casadas (ou em união consensual) estão esterilizadas. Apenas 13% optaram pelo uso da pílula como método anticoncepcional. O risco de uma redução tão rápida da fecundidade por esses meios é a impossibilidade de voltar atrás. "O que assusta no Brasil é a opção pela solução definitiva. E cada vez mais cedo para as mulheres", diz Oliveira. Para mudar o padrão de baixa fecundidade, diz a demógrafa, só com uma nova geração de mães. Ela lembra que países desenvolvidos -como França, Alemanha e Itália- estão tentando aumentar o número de filhos por mulher. O objetivo dessas nações é evitar o envelhecimento acelerado da população. (JRT) Texto Anterior: Queda pode ser boa para o país Índice |
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