São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 1997
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Explorador francês nunca envelheceu

AMYR KLINK
ESPECIAL PARA A FOLHA

Jacques Cousteau, inventor da atividade de mergulho como a conhecemos hoje, também foi um dos meus principais inspiradores.
Neste ano, em minha última viagem à Antártida, por exemplo, carreguei um livro seu. Na península Antártica, fiz um roteiro muito semelhante ao dele, que viajou para lá no verão de 72 e 73. A bordo do legendário Calypso, Cousteau socorreu o primeiro viajante solitário da Antártida, David Lewis, mas interrompeu a viagem depois que o barco, de madeira, chocou-se com um bloco de gelo.
"Calypso", livro de Cousteau sobre seu barco de pesquisas que, aliás, é o meu preferido, foi capaz de transformar o barco num personagem da cultura oceânica. Sempre o imaginei como um grande navio, mas ele tinha apenas 42 m. E, com esse barco e orçamentos reduzidos, Cousteau produziu filmes e técnicas cinematográficas que não foram alcançadas nem por produções mais caras.
Seus filmes, que assisto há mais de 30 anos, popularizaram a ciência, mostrando que ela era um excelente palco para explorações. Ajudaram a criar o apego ao meio ambiente e ao nosso habitat.
Minha mãe, Asa, que era fã de Cousteau antes de mim, dizia que quem mantém atividades físicas e intelectuais regulares não envelhece. Era verdade: desde a primeira vez que o vi, ele era o mesmo.
Não o conheci pessoalmente. Em duas oportunidades, poderia ter tentado conversar com ele, mas havia tanta gente que resolvi aguardar uma oportunidade melhor, que infelizmente não poderá mais acontecer. Era impossível não admirar suas viagens, seus filmes e seu trabalho. E isso não morre, está tudo registrado.

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