São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997![]() |
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Assembléia dá R$ 10 mil extras a deputados
EMANUEL NERI
Além das novas verbas para os deputados, que já têm um salário mensal de R$ 5.600, a Assembléia está comprando 94 novos Vectra, no valor de R$ 28 mil cada um. O projeto foi aprovado com apoio de todos os partidos, inclusive o PT. A Assembléia vai gastar em torno de R$ 7 milhões por ano com a verba extra dos deputados. Os gastos com a nova frota devem ficar em R$ 2,8 milhões. O orçamento da Assembléia para este ano deve ficar em R$ 170 milhões. Se esse orçamento for gasto integralmente, haverá um acréscimo superior a R$ 20 milhões sobre R$ 149,2 milhões gastos no ano passado. O aumento de gastos da Assembléia ocorre ao mesmo tempo em que o governo paulista reduz seus gastos na área social. A Folha revelou ontem que Mário Covas reduziu em 96 os investimentos em educação para 10,39% do orçamento -de R$ 31,5 bilhões -, o menor percentual desde 86. Saúde, habitação e transporte também perderam investimentos. As verbas para os deputados são concedidas na gestão de Paulo Kobayashi (PSDB) na presidência da Assembléia. No caso da verba extra, o projeto aprovado substitui ato da Mesa da Assembléia do último dia 15 de maio, quando Kobayashi já dirigia a Casa. A verba extra, conhecida por "verba de gabinete", tem como objetivo, segundo Kobayashi, substituir despesas que eram pagas pela Assembléia. Trata-se de combustível, correios, material gráfico e manutenção de veículos. Ocorre que os gastos anteriores com essas despesas eram de R$ 3 mil por mês por cada deputado, segundo o próprio Kobayashi. A nova verba, de R$ 10 mil, é mais de três vezes acima do gasto anterior. Ela beneficia ainda os deputados que moram na capital. Segundo Kobayashi, a verba também tem como objetivo pagar hospedagem em São Paulo para deputados que moram no interior. Mas os deputados que moram na cidade também recebem igual gratificação. O projeto aprovado cria seis novos cargos de auxiliar de administração e um cargo de diretor do Serviço Bucal (sic). A soma desses salários, segundo a Assembléia, é de R$ 7 mil. Mas só o diretor "bucal" ganhará R$ 4.200,00 por mês. Outro lado Kobayashi disse que a verba de gabinete era necessária: "Os deputados estavam humilhados pela forma como vinham sendo remunerados". Segundo ele, "os deputados estavam pagando despesas do próprio bolso". Texto Anterior: Comissão adia votação da nova Lei de Imprensa para agosto Próximo Texto: MST desocupa órgão público após 34h Índice |
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