São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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FHC nega envolvimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso manifestou ontem, por meio de sua assessoria, posição de neutralidade quanto à possibilidade de afastamento de Paulo Afonso, tema que tem preocupado a base política governista.
"O presidente reafirma a sua posição de que esse é um assunto de Santa Catarina, da Assembléia Legislativa do Estado. Ele (FHC) não deve opinar, não opina e muito menos expressa posições a esse respeito", afirmou ontem o porta-voz da Presidência da República, Sergio Amaral.
O líder do governo no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), disse ontem que a crise aberta entre PMDB e PFL em razão do processo de impeachment de Vieira pode afetar o entendimento dos partidos que apóiam FHC.
Alvares reconheceu que é difícil comprovar a responsabilidade do vice-governador José Augusto Hulse, também afetado pelo impeachment em tramitação na Assembléia.
O líder do governo usou o exemplo do impeachment do ex-presidente Collor para justificar uma possível permanência de Hulse no poder.
Elcio Alvares lembrou que o vice-presidente Itamar Franco, embora tivesse sido eleito com Collor em uma mesma chapa e fizesse parte de seu governo, foi empossado e dirigiu o país por cerca de dois anos. O fato é também usado pelo PMDB como exemplo de que Hulse deve ser mantido no poder.
Alvares disse ainda que o presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), com quem conversou terça-feira à noite, está preocupado com o desfecho da crise catarinense.
O PFL nacional dificilmente fará qualquer interferência para preservar o PMDB em Santa Catarina, conforme apelo levado a ACM pelo líder peemedebista no Senado, Jader Barbalho (PA).
Barbalho embarcou ontem para Santa Catarina em companhia do presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), e do líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA).
Geddel foi ontem o porta-voz dos peemedebistas contra o processo de impeachment. Em discurso na Câmara, antes de viajar para Florianópolis, o líder criticou o PFL e o PSDB.
Disse ainda que a insistência em afastar o vice poderá causar "estremecimento" na base parlamentar do governo.
Geddel também criticou "determinados partidos, que com seu hábito constante de permanecerem sempre ansiosos pela conquista do poder, o desejam a qualquer custo".

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