São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997 |
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Popularidade de FHC continua em queda
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
É que o indica pesquisa nacional Datafolha feita entre os dias 18 e 20 de junho. O percentual de brasileiros que aprova o governo FHC caiu de 42% para 39% e foi ultrapassado pelo contingente dos que consideram sua administração apenas regular (42%). A parcela daqueles que acham o governo ruim ou péssimo variou de 18% para 16%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para cima ou para baixo. Real Em resposta à pergunta "o Real está sendo bom ou ruim para o país?", 74% dos brasileiros disseram que o plano é bom, e 17% avaliaram que ele é ruim. Na pesquisa nacional anterior a esta, realizada entre 5 e 6 de maio, o Datafolha havia registrado que 76% consideravam o plano bom e 18%, ruim. Ou seja, as variações ocorreram dentro da margem de erro. Aparentemente, há um distanciamento entre a avaliação do governo Fernando Henrique e a do plano econômico. Pico A popularidade presidencial vem caindo desde que o governo atingiu seu pico de aprovação no final do ano passado. Já a avaliação do plano permaneceu estável nesse período. Em dezembro, após dois anos de gestão, FHC tinha 47% de aprovação, e o Plano Real, 76%. Era época de Natal e o consumo estava em alta, pois o governo ainda não tinha adotado medidas de restrição ao crédito. Depois disso o presidente ainda deu sua maior demonstração de poder político ao aprovar a emenda da reeleição na Câmara. A partir daí, entretanto, seguiu-se uma série de fatos negativos para o governo. A equipe econômica do governo adotou medidas para diminuir o consumo, a privatização da Companhia Vale do Rio Doce gerou conflitos de rua e a denúncia da compra de votos para a reeleição, feita pela Folha com base em gravações, arranhou a honra do governo. Pesquisa Datafolha feita na cidade de São Paulo indicou que, após a denúncia da Folha, o percentual de paulistanos que aprovam o governo caiu de 41% em 5 de maio para 34% em 15 de maio, após ter atingido um pico de 56% em fevereiro. São Paulo Esses índices daquela pesquisa não são comparáveis aos percentuais nacionais -pois se referem a universos diferentes. Entretanto, é possível extrair da atual pesquisa Datafolha os percentuais relativos apenas à capital paulistana. Desse modo, verifica-se que os mesmos 34% dos paulistanos continuam aprovando o governo. A notícia boa para FHC é que, de 15 de maio para junho, o percentual dos que consideram sua gestão ruim ou péssima caiu de 23% para 17%. Na média nacional, a nota dada pela população ao governo Fernando Henrique continua sendo 6,1 -a mesma que ele conseguira no princípio de maio. Sua melhor avaliação também ocorreu em dezembro passado: 6,5. Formadores de opinião Desde aquela época, a maior queda da popularidade presidencial se deu entre a população com renda mais alta e maior escolaridade. Isto é: entre os formadores de opinião. O percentual de avaliações ótimo/bom do Executivo federal entre os brasileiros com renda familiar superior a R$ 2.400,00 caiu de 53% em dezembro para 48% em maio e 42% em junho. Na faixa com nível superior, a queda foi ainda maior: 13 pontos percentuais em seis meses. A aprovação do presidente Fernando Henrique Cardoso caiu de 48% em dezembro para 35% em junho. Ocupação Por divisão da ocupação, nota-se que, fora os desempregados (31% de ótimo/bom), os segmentos mais críticos ao governo federal são o dos funcionários públicos (35% de ótimo/bom e 20% de ruim/péssimo) e o dos profissionais liberais (37% de aprovação e 23% de rejeição). Quanto à preferência partidária, o apoio a FHC é maior entre os simpatizantes do seu próprio partido, o PSDB (59% de ótimo/bom), do PL (52%), do PFL (49%), do PTB (48%) e do PSB (47%). Texto Anterior: Vice-presidente já admite demissões Próximo Texto: Gaúchos são mais críticos Índice |
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