São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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UNE prepara "provão paralelo"

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Foi divulgado ontem o questionário do "provão paralelo" que a UNE (União Nacional dos Estudantes) distribuirá aos formandos que participarem do Exame Nacional de Cursos no próximo domingo.
A entidade quer fazer uma avaliação do Ministério da Educação. Os deputados Lindberg Farias (PC do B-RJ) e Ricardo Gomyde (PC do B-PR), autores da idéia junto com a UNE, continuam defendendo o boicote à prova.
O teste da entidade é composto de dez questões de múltipla escolha. A última delas pede ao formando que dê uma nota de zero a dez ao ministro Paulo Renato Souza (Educação).
"Como você classificaria a rede pública de ensino de primeiro e segundo graus do país?" é a primeira pergunta do questionário.
A segunda diz que dados da ONU indicam que o grau de alfabetização da população brasileira ficou em 93º lugar numa lista de 175 países.
À pergunta "De quem é a culpa?", há como opções de resposta: "do povo que não quer estudar", "dos empresários que não investem em educação", "do MEC que não oferece melhores condições de ensino".
A terceira questão se refere a gastos com educação, a quarta à valorização de professores, a quinta a escolas técnicas federais.
O enunciado da sexta diz que o MEC, a partir dos resultados do primeiro provão, divulgou uma classificação das instituições de ensino superior. "Você acha que a prova, sem considerar as instalações físicas das instituições e capacidade de pesquisa e extensão, daria condições de 'conceituar' e estabelecer um ranking das universidades públicas e privadas?", questiona.
A sétima pergunta afirma que o MEC "tem feito uma propaganda acintosa nos meios de comunicação, inclusive com depoimentos de artistas em rádios e TVs, da realização do provão. A que se deve tal esquema de marketing?".
Como respostas, as opções são: para valorizar o ensino superior, os formandos dos cursos participantes do provão, as ações do MEC ou nenhuma das anteriores.
A oitava questão é sobre se o MEC está coagindo os alunos pelo fato de que quem não fizer a prova não recebe o diploma. A questão seguinte indaga se é correto que a prova seja identificada com o nome do aluno, uma vez que ela serviria somente para avaliar as instituições.

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