São Paulo, sexta-feira, 27 de junho de 1997
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Bolivianos desafiam rivais e crêem em altitude como aliada

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ

Dando como certa a classificação do Brasil para a final, os bolivianos, anteontem, depois do jogo contra o México, foram pródigos em desafios à seleção de Zagallo.
"Lamento dizer a todos os brasileiros que, neste domingo, eles não triunfarão e verão uma Bolívia campeã", disse o meio-campista Julio Cesar Baldivieso.
As afirmações triunfalistas seguiram com o atacante Marco Antonio Etcheverri.
"O Brasil tem a melhor equipe do mundo, mas duvido que corra na altitude como o México."
O meia Ramiro Castillo ironizou ainda mais. "Deus é justo: deu ao Brasil uma superioridade futebolística, e à Bolívia concedeu estas terras a 3.660 m de altitude."
Os jornais bolivianos também mostraram-se otimistas. O "La Razón" deu como manchete principal a seguinte frase: "Que venga Brasil" (Que venha o Brasil).
O técnico Antonio López foi mais reticente e não quis fazer nenhuma previsão para a final.
"Eu sou treinador, não sou o mágico David Copperfield para saber se podemos repetir o título de 1963", disse López, nascido em Córdoba, na Espanha.
O técnico sérvio Bora Milutinovic, que dirige o México, preferiu não comentar a atuação do juiz paraguaio Epifanio González, anteontem. "Cada um tem sua consciência. A minha está limpa."
Para o meia Romero, o juiz foi o "lado negro" da semifinal.
O embaixador mexicano em La Paz, Hermilio López, foi mais claro. "A arbitragem foi detestável, e o juiz é um cara sem-vergonha."
Para ele, o árbitro deixou de apitar um pênalti e ainda distribuiu cartões amarelos para os mexicanos no começo, o que levou à expulsão de dois deles mais adiante.
O México disputa, amanhã, o terceiro lugar da Copa, em Oruro (3.709 m acima do nível do mar).

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