São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
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BC questiona operação de SC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relatório do Banco Central sobre operações com títulos de Santa Catarina, enviado à CPI dos Precatórios, indica "simulação de venda definitiva" de papéis para beneficiar o Banco Vetor com pagamento de comissão de R$ 33,2 milhões.
O Vetor foi contratado pelo Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) para fazer a emissão e venda de R$ 605 milhões em títulos.
Em troca, ganharia comissão de 5,5% sobre o que tivesse liquidação definitiva. O governo catarinense e o Besc, porém, pagaram os R$ 33,2 milhões de comissão ao Vetor quando 76% dos papéis ainda não estavam liquidados.
Por essa conta, o Vetor não poderia ter recebido como "taxa de sucesso" mais de R$ 7,9 milhões, já que o pagamento da comissão dependia do efetivo ingresso de dinheiro no caixa do Estado.
Esses títulos estavam financiados pelo fundo de liquidez do Estado. Segundo o BC, isso ocorreu porque as instituições que "adquiriram" os papéis "certamente não possuíam os recursos necessários para efetuar a liquidação financeira de tal volume de letras".
Além da "simulação", o Besc financiou os bancos (Vetor e Porto Seguro) e as distribuidoras (Cedro, Tibagi e Divalpar) que ficaram com 76% dos títulos emitidos dias 24 e 29 de novembro de 1996 em valor superior ao dos papéis.
Segundo o relatório do BC, o fundo de liquidez emprestou R$ 512,6 milhões quando bastariam R$ 493,2 milhões.
A Folha deixou recado na caixa postal do celular da assessoria de imprensa do governo catarinense, sem resposta até as 23h de ontem.

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