São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
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Gays fazem passeata no Rio e em SP

PAULO SAMPAIO

PAULO SAMPAIO; FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA REPORTAGEM LOCAL

FERNANDA DA ESCÓSSIA
Homossexuais do Rio e de São Paulo sairão em caminhada, hoje e amanhã, para comemorar o Dia Internacional do Orgulho Gay.
Cinco grupos de homossexuais vão comandar, a partir das 13h de hoje, uma caminhada na avenida Paulista (região central de SP).
Com o nome de 1ª Parada GLT (de gays, lésbicas e travestis), a caminhada vai começar na av. Paulista, 900, descer a rua da Consolação e terminar na praça Roosevelt.
A Companhia de Engenharia de Tráfego não autorizou a manifestação, mas vai enviar carros.
Organizam a caminhada o Centro Acadêmico de Estudos Homoeróticos da Universidade de São Paulo, o Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor, o Expansão, núcleos do PT e do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados).
Chinelos cortados, CDs quebrados e beijos entre casais homossexuais vão dar o ritmo da marcha de gays, lésbicas e travestis que começa às 12h de amanhã, na praia de Copacabana (zona sul do Rio).
Um grupo de música afro vai abrir a caminhada, que vai começar em frente ao hotel Copacabana Palace e irá até o posto seis.
O beijo é uma forma de cobrar a aprovação do projeto de lei da deputada Marta Suplicy (PT-SP), que permite a união civil entre homossexuais. A votação será em agosto.
Os manifestantes planejam também quebrar CDs do cantor Tiririca, por causa da música "Amigo é para Acudir o Outro". Uma das estrofes diz: "Ele pode ser veado, mas é meu amigo, ele é ladrão, mas é meu amigo, ele pode ter defeito, mas é meu amigo".
O cantor Tiririca foi procurado pela Folha e não foi encontrado.
A marcha vai denunciar a violência contra os frequentadores do chamado Baixo Gay, um aglomerado de cinco bares em Botafogo (zona sul).
Os manifestantes vão cortar chinelos da marca Rider, por considerarem preconceituoso um comercial do produto. No anúncio, bilhetes enviados por rapazes chegam, por engano, a uma mesa em que estão três homossexuais. Ao perceberem o engano, os rapazes saem correndo. Segundo a assessoria de imprensa da W/Brasil, agência responsável pelo anúncio, o comercial não tem a intenção de ofender grupos gays, mas de traduzir o humor da situação.

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