São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997![]() |
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Kylian revela simplicidade
ANA FRANCISCA PONZIO
As quatro peças de sua autoria, incluídas no programa que o Nederlands está apresentando em São Paulo, se estruturam sobre qualidades intrínsecas, como corpos em movimento. Proporcionando uma aula sobre a arte de coreografar, Kylian prova que sofisticação pode ser alcançada por vias acessíveis e concisas. Ao contrário de Balanchine, a quem já foi comparado, Kylian não envereda pela geometrização dos movimentos no espaço. Mais livre, sua escritura coreográfica possui um desprendimento que abre espaços para a emoção natural, inerente aos encontros entre bailarinos no palco. Com isso, as composições de Kylian exalam despretensão, seduzindo pela conquista da simplicidade. Embora o programa do Nederlands seja uma pequena amostra do repertório de Kylian, é possível adquirir uma noção do conjunto da obra deste artista. Conhecer a obra de Kylian também é oportunidade para refletir sobre a perenidade da técnica clássica do balé, usada pelo coreógrafo como um eixo de onde é possível partir para direções arrojadas. Em suma, Kylian demonstra um domínio coreográfico raro. Uma de suas características -- a predominância de duetos em todas as coreografias -- encontra seu ponto alto em "Petite Mort", criado em 1991. Nesta coreografia, cujo título refere-se à metáfora francesa que significa orgasmo, Kylian mostra possibilidades ilimitadas da arte do pas-de-deux. Comparada a "Sinfonia dos Salmos", de 1978, "Petite Mort" revela a evolução de Kylian em direção a estruturas muito mais "enxutas", mas não menos elaboradas. (AFP) Texto Anterior: Paul Lightfoot ascende no Nederlands Próximo Texto: Banda de Pífanos mostra tradição Índice |
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