São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997
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Mulheres de empresários formam a maioria dos brasileiros em Hong Kong

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A comunidade brasileira em Hong Kong é formada, em sua maioria, por "primeiras-damas".
Segundo o consulado do Brasil na colônia britânica, 200 brasileiros moram hoje na região. Mais da metade é de mulheres que foram morar lá para acompanhar os maridos.
Grande parte delas é casada com estrangeiro e se divide nos três principais bairros tradicionalmente habitados por ingleses. "Low", "Mid" e "Peak" são, na ordem, bairros para a classe média baixa, média média e média alta.
Os preços dos aluguéis, no entanto, desfazem qualquer tipo de tentativa de comparação com o Brasil. Um aluguel de um apartamento de dois quartos no "Low" custa cerca de US$ 3.000, e outro de quatro quartos no "Peak" pode chegar a US$ 15 mil.
A engenheira gaúcha Márcia Gay, 39, é uma dessas brasileiras. Há quatro anos, Márcia trocou o Rio por Hong Kong para acompanhar o marido, um inglês que trabalha em uma empresa britânica de consultoria.
"Hong Kong tem a vegetação do Rio e os restaurantes e shoppings de São Paulo", afirma.
A desvantagem: o alto custo de vida. O casal paga US$ 5.500 pelo apartamento de três quartos no "Mid" e mais US$ 600 ao mês pelo colégio da filha de 6 anos. "Uma família aqui precisa ter uma renda média de, pelo menos, US$ 15 mil para viver razoavelmente", afirma ela.
Fim-de-semana em Macau
As vantagens, no entanto, são muitas: "Comer em ótimos restaurantes, comprar nos melhores shoppings do mundo e passar os fins-de-semana em Macau".
Os shoppings também são uma das melhores opções de Hong Kong, na opinião de Selma Colchin, 37, casada com outro inglês que trabalha para uma empresa norte-americana.
"Aonde quer que você vá aqui em Hong Kong você encontra lojas. Além disso, a gente acha muita coisa de qualidade por preços ótimos", diz Selma.
Selma e Márcia trabalham juntas -em uma empresa brasileira de importação e exportação que tem uma filial em Hong Kong-, frequentam o mesmo clube e participam de uma associação de mulheres brasileiras.
"Isso aqui parece uma cidade do interior. Todo mundo se conhece e acaba indo aos mesmos lugares", afirma Selma.
A associação tem 40 membros, que se encontram pelo menos uma vez por semana. O objetivo é, seguindo os padrões de primeiras-damas, arrecadar dinheiro, roupas e brinquedos para crianças carentes brasileiras.

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