São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Crise em MG alerta PMs de todo o país

DA REPORTAGEM LOCAL

Falta de pagamento desde abril e regimento disciplinar rígido. Suicidas, moradores de favelas, homens que mudam de bairro para fugir de criminosos ou que deixam a corporação em um ritmo de dois a cada três dias. Esses são alguns dos problemas dos PMs do país.
A crise na Polícia Militar de Minas Gerais pegou de surpresa os comandos das outras PMs. Coronéis de São Paulo consideravam que a polícia daquele Estado era a mais disciplinada do país.
O Estado-Maior da PM paulista acompanhou a revolta em Minas. Sua maior preocupação era evitar comparações entre a corporação mineira e a de São Paulo, desgastada pelas cenas de violência em Diadema (Grande São Paulo).
Outras Polícias Militares também estão fazendo planos para evitar a repetição da revolta mineira em seus Estados. No Mato Grosso do Sul, o comando pediu aos oficiais que ouçam mais a tropa.
"A PM, como a entendíamos até esta semana, acabou", disse o comandante-geral da PM no Estado, coronel Francisco Libório Silveira.
Na Bahia, o governo diz estar estudando aumentar os salários dos soldados e cabos de R$ 375 para R$ 600. No Paraná, o salário dos soldados passou, há um ano, de R$ 360 para R$ 750. Desde então, diminuiu o número de policiais que pedem desligamento da PM.
Em Alagoas, o problema não é reajuste salarial, mas receber o pagamento. "Com o atraso do pagamento, as consequências são as piores: policiais desmotivados e insatisfeitos", disse o coronel Jaime Costa Braz, subcomandante-geral da PM no Estado.
No Pará, a Polícia Civil e a Militar decidem se entram em greve na próxima quarta-feira. Elas querem aumentar o piso salarial de R$ 176. Uma carta com as reivindicações foi enviada ao governo no dia 24.
Novo regulamento
Em Minas, além do reajuste, os praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) comemoraram o fato de os comandantes terem aceitado discutir um novo regulamento disciplinar para a tropa.
Um projeto semelhante está sendo feito pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.
A corporação paulista sofre críticas da Polícia Civil.

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