São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Levam bolo e vaso de festa

DA REPORTAGEM LOCAL

Sair da festa levando pratinhos com bolo e docinhos oferecidos pela própria dona é um hábito de algumas mulheres que certos homens não alimentam.
"Por mais familiar que seja a ocasião, acho o fim levar bolo de festa", diz o empresário Caco Neves, 27. "Aliás, evito essas festas."
Neves diz que nunca passou por isso. "Não é sorte, é postura de não deixar acontecer: quem me conhece sabe que não gosto disso."
O empresário Márcio Prado, 37, não teve sorte nem tem a postura de Neves. Ele diz que sua mulher costuma sair das festas com mais de um pratinho de bolo nas mãos.
"Até eu levo pratinho, porque ela nunca tem 'mãos' para tudo", conta. "Quando a festa é de criança, a gente leva chapeuzinho, língua de sogra, pedaços da decoração numa mão e de bolo na outra."
Prado conta que, às vezes, o bolo nem é tão bom. "O trabalho com o transporte é muito maior do que o de fazer o bolo em casa", calcula.
Não é só das festas que a mulher do bancário Humberto de Campos, 40, sai carregada.
"Ela é bagulheira. Leva vasinho de planta, garrafa vazia, tudo que não queiram mais."
Segundo Campos, ela ainda joga na cara dele que aquilo é economia doméstica. "Ela é a precursora da reciclagem de lixo no Brasil."

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