São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suicídio mata como tiroteio

JOSÉ LIMA
FREE-LANCE PARA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Uma trágica peculiaridade indica o nível de descontentamento existente na Polícia Militar gaúcha.
Nos últimos 12 anos, quase o mesmo número de policiais militares morreu por suicídio e em confrontos de ações de serviço.
Nesse período, 49 PMs se suicidaram e outros 51 morreram em serviço.
Essa é a mais importante informação até agora de uma pesquisa, ainda em fase de tabulação de dados, que está sendo feita por um estudante de pós-graduação em sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gilmar Nunes Correa.
Ele pretende revelar como os PMs se vêem e encaram suas condições de vida e trabalho.
Porta-voz dos interesses dos policiais militares na Assembléia Legislativa do RS, o deputado José Gomes (PT) diz que recebe, em média, 40 reclamações de colegas de todo o Estado por dia.
Gomes participou da fundação da Associação de Cabos e Soldados do Rio Grande do Sul (Acasol).
Segundo ele, 90% dos casos são de queixas por não-pagamento de horas extras e de diárias, excesso de carga horária e a "falta de respeito à cidadania na caserna" (maneira como o cabo Gomes define a rígida disciplina dos quartéis).

Texto Anterior: 'O brasileiro é muito criativo'
Próximo Texto: A cada 3 dias, 2 deixam a tropa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.