São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Jogos políticos adiam reformas

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo e o Plano Real, por causa das dificuldades políticas, ficarão reféns de um represamento de medidas que já deveriam ter sido tomadas -mas que ficarão todas para o ano de 99.
Esse represamento deve incluir reformas definitivas para a área Administrativa do governo e para a Previdência -além da já citada reforma tributária e fiscal.
Também está descartada qualquer medida que possa ter um impacto negativo na campanha pela reeleição de FHC. Isso significa, por exemplo, que mudanças bruscas na política cambial jamais serão adotadas -ainda que o déficit da balança comercial cresça mais.
O real, portanto, deve continuar uma moeda valorizada, cotada num patamar próximo de US$ 1. Com isso, contribuirá para engrossar o volume de medidas represadas pelo governo.
Embora o presidente repita sempre que seu governo não será marcado pela edição de pacotes de medidas econômicas, é quase inevitável que FHC tenha de preparar algumas ações emergenciais para o final de 98.
Ganhe ou não a reeleição, o presidente foi informado pela equipe econômica que é necessário fazer algumas correções de rumo depois da eleição do ano que vem. O que será feito depende fatores imponderáveis, como a variação dos juros internacionais e a disposição dos investidores estrangeiros de continuar a depositar confiança no Brasil.

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