São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Por justiça

TELÊ SANTANA

Gostaria de esclarecer aos são-paulinos, principalmente aos garotos, que entrar na Justiça contra o São Paulo foi uma necessidade que eu tive.
Quando eu cheguei ao clube, em 90, os dirigentes pediram para que eu morasse na concentração do time, pois não tinham condição de pagar o aluguel de um apartamento.
Morei lá quatro anos e meio. Só então um apartamento foi alugado para que eu morasse.
Mesmo assim, nós conseguimos colocar o clube no lugar que ele merece e, da época das grandes conquistas, não ficou nenhum jogador. O São Paulo negociou todos e fez muito dinheiro com isso.
Quando eu tive problemas de saúde, ninguém do São Paulo me procurou oferecendo ajuda. Nem para saber como eu estava me procuraram.
Até da Arábia Saudita, onde eu trabalhei há mais de 12 anos, vieram oferecer ajuda. O clube Al Harli, onde eu fui técnico, me ofereceu o tratamento que eu quisesse. Até para os Estados Unidos queriam me mandar para que eu tivesse um tratamento digno.
O São Paulo, pelo contrário, me enviou um documento para que eu assinasse. Eu mostrei para meu advogado, e ele falou que, se eu assinasse, eu perderia todos meus direitos em relação ao clube.
Resolvemos entrar na Justiça e, se eu quisesse, poderia ter ganhado muito mais dinheiro. Mas minha família me aconselhou a entrar em acordo para encerrar o assunto.
O que o São Paulo fez comigo não se faz. Nem com um mau profissional. E eu sei que fui muito direito no tempo em que trabalhei lá.
*
Sobre a seleção brasileira, eu acho que agora está no caminho certo. O Zagallo está acertando o time, mas domingo terá que enfrentar, além da Bolívia, a altitude.
Eu já estive em La Paz com a seleção e com o São Paulo e sei que são raríssimos os jogadores que não sentem a altitude.
*
Gostaria de felicitar o Vila Nova, vice-campeão mineiro, o Cruzeiro, campeão, e o Gustavo Kuerten, que tanto bem vem fazendo pelo tênis brasileiro. Que outros "Gugas" apareçam por aí.

E-mail: tele@wgserver.cyberland.com.br

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