São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Zagallo quer acabar com a síndrome de vice-campeão

Técnico tetracampeão mundial nunca conquistou a Copa América

ARNALDO RIBEIRO; ALEXANDRE GIMENEZ
DOS ENVIADOS A SANTA CRUZ DE LA SIERRA

O título da Copa América na partida de hoje à tarde contra a Bolívia representa para o técnico da seleção brasileira, Mario Jorge Lobo Zagallo, o fim de um tabu pessoal. O treinador, única pessoa no mundo que participou da conquista de quatro Copas do Mundo, nunca venceu o torneio sul-americano.
Zagallo foi vice-campeão em 59 como jogador, no torneio disputado na Argentina. A equipe, que contava com Pelé, ficou atrás da seleção local.
Em 95, Zagallo, como técnico, voltou a ficar perto do título da Copa América. Novamente deixou a taça escapar para a seleção local.
A seleção brasileira perdeu o torneio na disputa de pênaltis para o Uruguai, após empate em 1 a 1 no tempo normal.
Para o treinador, a seleção foi prejudicada naquela partida. "Anularam um gol legítimo do Edmundo", disse.
Zagallo acha que a "síndrome" do vice-campeonato será encerrada hoje. "Vamos para La Paz jogar e vencer. Vamos impor nosso ritmo e categoria."
Emprego
Além de mais uma conquista para o seu vasto currículo, o título na Copa América dará ao técnico mais tranquilidade para preparar a equipe para a Copa de 98.
O treinador foi muito criticado após a campanha da seleção brasileira na recente excursão à Europa.
O time perdeu para a Noruega (4 a 2) e ficou com o vice-campeonato no Torneio da França, com dois empates (França e Itália) e uma vitória (Inglaterra).
Por causa da baixa performance da equipe, principalmente no setor defensivo, o treinador mudou o esquema tático da seleção.
Saiu o 4-3-1-2, mais ofensivo, e voltou o 4-4-2, esquema vitorioso da Copa dos EUA, em 94. Zagallo defendia que o 4-3-1-2 era o esquema tático que resgataria a "magia" do futebol brasileiro.
Com os resultados fracos, o técnico voltou atrás.
"Não adianta jogar bonito e não vencer. Esqueçam o 1", disse o técnico.
O '1' teria a função de ser o terceiro homem do ataque, fazendo a ligação entre meias e atacantes.
Para o esquema dar resultado, o '1' teria que ajudar na marcação quando a equipe perdesse a posse de bola.
Djalminha e Giovanni, convocados para a posição, não conseguiram executar a função com a eficiência desejada por Zagallo.
Auxiliar
A Copa América pode ser a última competição em que Zagallo será o único responsável pela seleção brasileira.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, estuda a possibilidade de contratar um auxiliar.
Os dois mais cotados são Carlos Alberto Parreira e Tostão.
(AR e AGz)

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