São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Inter corre 'em busca do tempo perdido'

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O Internacional terá, nas finais do Campeonato Gaúcho deste ano, a oportunidade de recuperar terreno na rivalidade regional, depois de anos em que o Grêmio vem acumulando títulos estaduais, nacionais e internacionais.
O primeiro jogo da decisão acontece hoje, às 15h30, no estádio Olímpico. O segundo ocorre na próxima quarta, no Beira-Rio.
A disputa particular entre os dois principais clubes do Estado tem um elemento tido pelos gaúchos como inseparável da rivalidade Gre-Nal. Trata-se do "efeito gangorra". Ou seja, quando um está por cima, o outro está por baixo.
Foi assim durante muitos anos. Nas décadas de 50 e 60, por exemplo, o Grêmio chegou a acumular 12 títulos em 13 anos.
Nos anos 70, o Inter foi octacampeão gaúcho e tricampeão brasileiro (1975, 76 e 79). Na época, o Grêmio só conseguiu chegar ao título estadual em 77 e 79.
A vantagem de jogar a última partida das finais no Beira-Rio modificou até mesmo a imagem das ruas de Porto Alegre. Nos últimos dias, as camisetas vermelhas saíram dos armários e voltaram a dividir espaço com as tricolores.
Hoje, o único desfalque do Inter é o meia Murilo, contundido.
O Grêmio não terá o zagueiro Rivarola, o volante Dinho e o atacante Zé Alcino, machucados. O time tem ainda o desfalque do atacante Paulo Nunes, na seleção brasileira.
O Grêmio chegou a estudar a possibilidade de solicitar à CBF a liberação de Nunes para a final, já que ele não vinha sendo relacionado nem para o banco de reservas durante os jogos da Copa América.
A dúvida quanto à contusão de Romário, no entanto, eliminou essa possibilidade.
Antidoping, a polêmica
Para acrescentar mais "lenha" à tradicional fogueira das rivalidades, Inter e Grêmio resolveram travar esta semana a "guerra do antidoping".
Tudo começou quando o Grêmio solicitou à Federação Gaúcha de Futebol (FGF) exame antidoping nas finais. O clube justificou a atitude lembrando a final do Gaúcho de 91, quando os jogadores do Inter escolhidos para o exame, Célio Silva e Simão, não realizaram a coleta.
O Inter rebateu, dizendo que havia, desde o início do pentagonal, feito pedido semelhante à FGF.
Para completar a contra-ofensiva, o diretor de futebol do Inter, Fernando Carvalho, apresentou cópias de um livro com relato de que o Grêmio teria utilizado o doping como prática comum nas décadas de 60 e 70.

Com a Reportagem Local
NA TV - Globosat/Sportv, ao vivo, às 15h30

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