São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997 |
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Objetivo de Tyson é ser um 'cara comum'
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Em entrevista que será usada pela Don King Productions como parte do documentário sobre os bastidores da revanche contra Evander Holyfield, na madrugada de hoje, Tyson disse que pretende levar uma vida caseira, ao lado da mulher, Monica, e dos filhos. "No começo do ano fui a Nova York, e uma tarde, quando estava no Brooklyn, encontrei um amigo de infância", conta no documentário. "A mãe dele sempre o aconselhava a ficar longe de mim." "Hoje, você sabe como ele está? Mal, muito mal, o cara se envolveu com drogas. Mas é bom reencontrar amigos de infância. Daí eu perguntei sobre seu irmão. Ah! Ele está ótimo, foi o que me disse." "Na hora eu imaginei que o irmão dele estava rolando na grana. Que nada! Mas está casado, tem um emprego e dois filhos. Alguém precisa mais do que isso?" Segundo Tyson, esse encontro mudou sua maneira de pensar. "Na vida, você não pode ser tão ambicioso, querer tudo para você. O importante é ter saúde e aproveitar as pequenas coisas." No documentário, Tyson fala também que pretende ter pelo menos seis filhos. Três ele já tem, com idades que variam de um a sete anos. O quarto está a caminho, deve nascer em agosto. "Mas eu vou querer mais um no ano que vem." O pugilista acha que está sendo bom pai. "Dou tudo o que posso a eles. Não sou como meu pai, que nunca fez nada por mim. Meus filhos terão uma vida legal." Ele faz questão de elogiar ainda a importância de seu segundo casamento em sua vida. "Minha mulher é médica, uma pessoa maravilhosa, generosa, só tenho coisas boas para falar a respeito dela." Os dois divergem, no entanto, sobre a melhor maneira de educar os filhos. "Sou a favor de bater em criança, claro que não muito forte, mas para dar um pouco de limites. Minha mulher é contra. Eu apanhei a vida inteira e não morri." Um dos principais ensinamentos que Tyson pretende passar para seus filhos é sobre como se tornar um "verdadeiro ser humano". "Você tem de ser forte, mas generoso ao mesmo tempo. Quando eu estive preso, li muito sobre o comunismo. A filosofia comunista é interessante, é um ajudar o próximo constante, mas o problema é que quem comandou o comunismo em vários lugares só pensava em proveito próprio." Seu ex-técnico, Cus D'Amato, é citado várias vezes. "Ele foi meu grande ídolo. Mais do que um treinador, foi meu mestre." "Cus me ensinou que um homem de verdade não é necessariamente o mais forte do mundo, mas é o que sabe enfrentar as adversidades. Você deve esperar o pior e aproveitar o melhor da vida. Foi isto que eu aprendi com Cus e é assim que eu quero viver. Como um cara comum." LIGUE para a Folha Informações Esporte, 0900-78-0316, e saiba como foi a luta entre Evander Holyfield e Mike Tyson. O serviço funciona em todo o país a R$ 1,60 por minuto Texto Anterior: Brasil pode bater recorde Próximo Texto: Novatos terão 'vestibular' após a Liga Índice |
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