São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Escassez de áreas verdes eleva preços

Privilégio custa caro em SP

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Morar próximo a uma grande área verde em uma cidade como São Paulo, que tem a poluição e o trânsito entre seus principais problemas, é um privilégio. Mas, geralmente, paga-se bem por isso.
O valor cobrado por esse "presente" varia de acordo com a região, mas não é inferior a 10%, de acordo com Sandro Marcondes Pincherle, 45, diretor do conselho técnico de marketing do Secovi-SP (sindicato de imobiliárias e construtoras).
Não é apenas o fato de ter uma vista que torna mais atraentes as regiões próximas a áreas verdes. Os 37 parques da cidade são também uma importante -e barata- alternativa de lazer.
O bairro da Vila Nova Conceição, próximo ao parque do Ibirapuera, por exemplo, possui um dos m2 mais caros da cidade, podendo chegar a R$ 4.000. Já o preço do m2 em Moema, bairro vizinho, custa em torno de R$ 2.200.
"Esses valores agregados aos imóveis são atribuídos à carência que a cidade vive de áreas verdes e de lazer", afirma Pincherle.
Esses imóveis também se beneficiam pela velocidade de vendas.
Um apartamento próximo a um parque é vendido mais rapidamente do que um de mesmo padrão em uma região mais afastada.
Estabilização
Para o advogado e professor da USP (Universidade de São Paulo) Keyler Carvalho Rocha, 57, uma região que tende a elevar seus preços é a área que circunda o parque Villa-Lobos, no Alto de Pinheiros, zona sudoeste. "Como é novo, está sendo usado como chamariz."
Segundo Rocha, o preço sobe no início, mas depois há uma estabilização. "O parque do Ibirapuera já vive uma situação de mercado estabilizado. Daqui a algum tempo, o preço do m2 dos imóveis próximos ao parque Villa-Lobos também se estabilizará."
Na sombra
A jornalista Nilva Bianco, 27, mudou para São Paulo em 94 e alugou um imóvel perto do parque da Aclimação. "Optei pela tranquilidade de uma região arborizada."
Atualmente, ela paga R$ 500 pelo aluguel de um apartamento com 70 m2. "Aos sábados, costumo ver os shows que acontecem no parque e, no domingo, gosto de ler o jornal debaixo das árvores."

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