São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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No coração do Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma espécie brasileira, que havia sido considerada extinta na natureza, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), deve seu nome científico ao naturalista alemão Johann Baptist von Spix (1781-1826), autor de um dos mais completos relatos de viagem, o "Reise in Brasilien" (Viagem ao Brasil).
Ele e o botânico alemão Carl Friedrich Philip von Martius (1794-1868) percorreram juntos cerca de 10 mil quilômetros a pé, a cavalo ou em barcos, visitando diversas regiões do Brasil, incluindo o Norte e o Nordeste do país.
O livro mostra os aspectos da flora, fauna, geografia e também a cultura brasileira. Publicada pela primeira vez entre 1823 e 1831, a obra, em três volumes, apresenta 11 mapas, 40 gravuras e 15 partituras de músicas indígenas.
Martius também foi o autor de uma das principais obras de referência da botânica brasileira, a "Flora Brasiliensis" (Flora Brasileira), editada em 44 volumes entre 1840 e 1906. Após a morte de Martius, a obra foi concluída por 75 pesquisadores.
Outro naturalista que viajou pelo Brasil no século passado foi o francês Auguste de Saint-Hilaire (1799-1853), autor de diversas obras, como a "Flora Brasiliae Meridionalis" (Flora do Brasil Meridional), de 1848.
A coleção completa da "Flora Brasiliensis", da "Reise in Brasilien", de outras obras de botânica e de relatos de viagens podem ser encontrados no Instituto de Botânica, Instituto Florestal (ambos da Secretaria do Meio Ambiente do Estado), Biblioteca Mário de Andrade, na USP (Instituto de Biociências e Instituto de Estudos Brasileiros) e também no Instituto Agronômico de Campinas.
As obras antigas de medicina geralmente possuem uma grande variedade de ilustrações. Uma das mais famosas do início da Idade Moderna é "De Humanis Corporis Fabrica" (Sobre a Estrutura do Corpo Humano), de Andreas Vesalius (1514-1564), nascido em Bruxelas, na atual Bélgica. Em um exemplar de 1543 desse livro, da Faculdade de Medicina da USP, podem ser vistas gravuras produzidas a partir das primeiras dissecações, feitas no Renascimento.

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