São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Record quer notícia com qualidade

MARIANA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir do dia 7 de julho, a Record coloca no ar uma série de mudanças para reforçar o caráter de TV comercial da rede e afastar a imagem de emissora religiosa (leia texto ao lado).
O grande destaque dessa nova programação é a estréia de um telejornal comandado por Boris Casoy. O âncora, que deve deixar o "TJ Brasil" do SBT amanhã, deu credibilidade para o jornalismo da emissora de Silvio Santos por nove anos.
Casoy será o âncora do "Jornal da Record", às 19h30. Além do telejornal, o jornalista vai apresentar um talk-show semanal.
"Deve entrar nas noites de domingo, queremos fazer ao vivo, com a participação dos telespectadores", diz Eduardo Lafon, 49, diretor de programação e operações da Record.
"A princípio, o talk-show será semanal, mas a idéia é torná-lo diário. O programa vai estrear assim que assentarmos o telejornal", afirma Casoy.
Com entrada do jornalista, Adriana Castro, atual titular do "Jornal da Record", passa a apresentar um novo telejornal da emissora que será exibido no fim de noite.
A chegada do âncora também traz mudanças para o departamento de jornalismo da Record. Casoy não será subordinado ao diretor de jornalismo da emissora, James Rubio, respondendo diretamente a Lafon, e terá uma equipe independente para produzir seu telejornal. Rubio fica com a coordenação dos outros programas jornalísticos da casa.
Casoy pretende levar 12 profissionais do SBT para compor sua equipe na Record. Dácio Nitrini, diretor executivo do "TJ Brasil", é um dos nomes confirmados.
Também no dia 7, estréia o programa policial "B.O." -de boletim de ocorrência-, comandado por João Leite Neto. Trata-se de uma versão "light" do extinto "Aqui Agora", do SBT.
"Estou reeditando o programa que lançamos na Record há seis anos e que acabou inspirando o 'Aqui Agora'. Mas o 'B.O' não é só sangue. Vamos abordar casos de polícia com tratamento de utilidade pública. Um exemplo é o que acontece com os aposentados que esperam na fila de um hospital sem atendimento médico", conta o apresentador.
O "B.O." será exibido ao vivo de segunda a sexta-feira, das 12h às 13h. "Poderemos mostrar casos sanguinolentos, mas o tratamento será diferenciado", destaca Leite Neto.
Nos planos da emissora estão também um telejornal matutino e um programa diário de esportes para o horário do almoço e uma mesa-redonda esportiva para as noites de domingo.
A mesa-redonda deve estrear no dia 6, mas os telejornais da manhã e da tarde ainda não têm data definida. Os campeonatos italiano e brasileiro também estão na mira de Lafon.
Para a próxima segunda-feira, também está marcada a estréia de "Por Amor e Ódio", mais uma "Série Verdade" da emissora, às 20h30.
Investimentos
Com essa nova estruturação da Record, a emissora investiu, segundo Lafon, cerca de US$ 6 milhões em equipamentos, só neste primeiro semestre.
Casoy, que visitou os estúdios da Record na Barra Funda (zona Noroeste de São Paulo) na última semana, disse que o equipamento nos estúdios da emissora é "tecnicamente excelente, equivalente ao do SBT".
A emissora também adquiriu dois helicópteros norte-americanos equipados com cinco câmeras e um "link" (equipamento de transmissão) e está construindo um teatro e três estúdios (dois de 250 m2 e um de 500 m2) para gravações na Barra Funda.
Atualmente, segundo Lafon, a emissora gasta em torno de US$ 150 mil mensais no departamento de jornalismo.
Com a entrada de Casoy, esse valor deve subir bastante. Só o salário do âncora é estimado em mais de US$ 70 mil.
"Estamos preparando uma estrutura para a produção de teledramaturgia. No futuro, a idéia é ter um banco de elenco e passar a produzir novelas", diz Lafon.
Para produzir a minissérie "Por Amor e Ódio", a Record gastou cerca de US$ 29 mil por capítulo. "Se tivéssemos estúdios, esse custo poderia ser reduzido para cerca de US$ 20 mil", fala Lafon.

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