São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
Próximo Texto | Índice

Apesar de protestos, 2º provão é calmo

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Exame Nacional de Cursos do Ministério da Educação -o provão-, realizado ontem pela segunda vez, foi novamente marcado por protestos em todo o país -mas nenhum tão violento como os que ocorreram no ano passado.
O Rio manteve a posição de local mais conflituoso. Na Uni-Rio (Fundação Universidade do Rio de Janeiro), dois militantes estudantis ficaram feridos em confronto com seguranças, após uma invasão do local de exame. Niterói também teve uma invasão. Desta vez, não houve roubo de provas.
Salvador (BA) também manteve a tradição de protesto: os alunos de direito da UFBA (Universidade Federal da Bahia), além de entregarem a prova em branco, anexaram um manifesto à folha de respostas.
Em Goiânia (GO), estudantes protestaram pacificamente, vestindo-se de branco -que foi como entregaram a prova.
Tranquilidade
O MEC voltou a considerar a prova tranquila e apresentou dados parciais indicando alta participação (leia texto abaixo). No ano passado, o ministro Paulo Renato Souza calculou inicialmente em menos de 8% o boicote à prova, mas apurou 17% de provas em branco.
O exame foi feito pelos estudantes do último ano de administração, direito, engenharias civil e química, odontologia e veterinária. Havia cerca de 93 mil inscritos.
A obrigatoriedade da prova causou um novo tipo de protesto. Assim como mais de 800 alunos foram à Justiça para poder fazer o exame -já que sem isso não se recebe o diploma-, ontem ocorreram diversos episódios de conflito envolvendo estudantes que chegaram atrasados ao local do exame.
Na Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo) cerca de 30 alunos atrasados protestaram contra o fechamento do portão. Em Belo Horizonte (MG), a porta de vidro do Instituto Educacional de Minas Gerais foi quebrada por retardatários. Todos terão de fazer o exame no ano que vem. Alguns alunos vão recorrer à Justiça.
O "Exame Nacional do Ministro da Educação", um questionário que a UNE (União Nacional dos Estudantes) preparou, teve pouca divulgação. De seis locais visitados pela Folha em São Paulo, apenas um tinha militantes da UNE.
Qualidade
Com exceção de administração e odontologia, as provas foram consideradas de boa qualidade pela banca de especialistas montada pela Folha.
A prova de administração continuou sendo considerada muito fácil, e a de odontologia, pouco abrangente e muito básica. Embora fácil, a de veterinária estava bem elaborada. As provas de engenharia e de direito foram bastante elogiadas -apesar de apresentarem alguns problemas.

LEIA MAIS sobre o provão e veja a íntegra das provas nas págs. 2 a 8

Próximo Texto: Para MEC, abstenção não passou de 5,5%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.