São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
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Plano gera um novo tipo de empresário

Meio ambiente mudou, diz governo

DO EDITOR DO PAINEL S/A

O processo de reestruturação da economia está gerando um novo tipo de empresário no Brasil. Nas palavras de Lídia Goldenstein, assessora do BNDES, "a história da empresa pobre e do empresário rico já acabou ou está acabando".
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), também acredita na mudança do perfil.
"Não existe mais a imagem de que os empresários são chorões. Queremos apenas igualdade de condições para competir. Sabemos que há uma questão de sobrevivência: ou nos modernizamos ou quebramos".
Segundo José Roberto Mendonça de Barros, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, foram quatro os fatores que mudaram o meio ambiente empresarial:
1) A abertura, que se iniciou com o governo Collor, mas foi aprofundada com o Real. "Ela aumentou o grau de concorrência pelas importações ou pela entrada no mercado brasileiro de novos 'players"'.
2) A globalização, "que, além da concorrência, deu novos contornos e condicionantes às estratégias empresariais".
3) A estabilização, "que mudou a forma de operação das empresas".
4) Por fim, a privatização, "que muda a lógica de reorganização de vários setores".
A junção desses fatores fez com que a estratégia vencedora de gestão patrimonial e financeira das empresas no tempo da inflação alta fosse justamente a mesma que assegura o fracasso agora.
Antes, a boa gestão, diz Mendonça de Barros, recomendava para as empresas a imobilização (a sede em prédio próprio era uma forma de preservar o valor do dinheiro contra a inflação, por exemplo) e giro de capital de terceiros.
Agora, os juros reais elevados recomendam o oposto: desimobilização e dinheiro em caixa, para escapar dos empréstimos.

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