São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997
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'Elétricas' já subiram 76,6% neste ano

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O desenho do modelo de privatização das empresas de energia e a reestruturação de algumas das estatais animaram o mercado financeiro, fazendo os papéis das empresas do setor listados em Bolsa dispararem. Em alguns casos, a valorização neste ano chega a superar os 100%.
Na média, segundo números da consultoria Economática, o IEE (Índice de Energia Elétrica, divulgado pela Bovespa) ganhou desde o início do ano 76,6%, ficando pouco abaixo do desempenho respeitável do Ibovespa, que acumula valorização de 81,2% no mesmo período.
O índice da Bolsa paulista, no entanto, é fortemente influenciado pelo desempenho das ações da Telebrás, outra estatal que também está no Programa Nacional de Desestatização, patrocinado pelo governo federal. A estatal de telecomunicações, a preferida dos investidores, costuma concentrar entre 55% e 65% dos negócios realizados no mercado de ações de São Paulo.
Desde o início do ano, as ações da Telebrás do tipo PN (Preferencial Nominativa, que têm preferência na distribuição dos lucros) subiram 111,9%.
Segundo alguns analistas do mercado financeiro, apesar do potencial de crescimento do setor de telecomunicações pós-privatização, as ações da estatal podem estar batendo no teto.
Risco menor
Com isso outros papéis começam a merecer maior atenção dos administradores de fundos e dos investidores em geral. Esse é o caso do setor de energia.
Carlos Eduardo Mellis, analista de investimentos do Unibanco, diz acreditar que pesa também a análise do fluxo de caixa das "elétricas".
Numa perspectiva mais ampla, avalia Mellis, os riscos para quem deseja investir nesses papéis têm caído nos últimos tempos.
A arquitetura foi feita pela empresa de consultoria Coopers & Lybrand, que foi contratada pelo governo para realizar o trabalho.
Rentabilidade
O analista do Unibanco destaca ainda as boas perspectivas para os futuros controladores, em termos de rentabilidade das empresas.
"Nas empresas de distribuição, deve haver uma correção das tarifas pagas pelos consumidores", diz Mellis.
Ele avalia que a privatização do setor deve levar alguns anos para ser concluída. Estima que até o ano 2000 todas terão sido vendidas.
Com relação ao futuro das ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo, ele demonstra otimismo.
No caso de Eletropaulo, por exemplo, ele estima que a valorização pode ser chegar ainda a 20%, acumulando no ano algo próximo de 150% de valorização.
"Os setores de telecomunicações e energia são os que devem subir mais no ano. E ainda têm um bom espaço", avalia.
Algumas empresas do setor estão ainda com sérios problemas para resolver. A paulista Cesp, por exemplo, tem uma dívida ainda muito grande para administrar.

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