São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 1997 |
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Estátuas revelam a conversão ao budismo
ROGÉRIO C. DE CERQUEIRA LEITE no Sudeste AsiáticoPara evitar problemas, o turista deve se restringir a Siem Reap -onde floresceu o período khmer e são encontrados alguns dos feitos humanos mais fabulosos de todos os tempos- e a Phnom Penh. No apogeu do Império Khmer, do século 11 ao 13, foram erigidos a cidadela e o palácio de Angkor Wat e Angkor Ton. Para entender essa suprema arte arquitetônica, e também sua cultura, é preciso saber que originalmente a religião khmer era uma forma de budismo profundamente impregnada de hinduísmo harihara, na qual Shiva e Vishnu integravam uma única divindade. Mais tarde, durante a construção de Angkor Wat, notam-se esculturas de deuses hindus reformadas em Budas a meio caminho de seu término. Essa é a marca de ressurgimento do budismo teravada. De forma simplificada, podemos ver esse período como uma conversão do hinduísmo (embora budístico) para o budismo mais ortodoxo de Sidarta Gautama. É também um período de grandes conflitos com civilizações vizinhas, o Império Champa, do Vietnã, e o dos tais, da Tailândia. Mas eis que ocorre mais um desses mistérios que nunca entenderemos. Subitamente, os habitantes de Angkor abandonam essa região rica e se mudam para o sul, para a região da atual Phnom Penh. O turista encontrará então dois mundos maravilhosos. A cidadela de Angkor Ton, monumental, fantástica, os altos relevos de Bayon, sem igual no mundo, e esse imenso templo de Angkor Wat, igualado só por Borobodur, em Java. O mundo de pedra cinzenta, sóbria, de um lado, e, de outro, em Phnom Penh, o brilho dourado dos templos e palácios. E, no fundo, a beleza de uma natureza que se recompõe da devastação causada por bombardeios infames e guerras civis totalmente insensatas. (RCCL) Texto Anterior: Poliglotas morriam pela boca na ditadura Próximo Texto: Pol Pot liderou genocídio Índice |
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