São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Manifestantes tentam invadir prédio

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Os simpatizantes do PMDB que estavam nas galerias do piso térreo da Assembléia Legislativa de Santa Catarina ameaçaram invadir o prédio logo após as 19h, quando os deputados aprovaram a abertura de processo contra o governador.
Os policiais tiveram de intervir, mas encontraram muitas dificuldades para controlar a situação. Os manifestantes trocaram socos e pontapés e jogaram um tijolo no vidro que os separava dos deputados. A segurança foi reforçada.
Segundo a Polícia Militar, havia 5.000 partidários de Paulo Afonso Vieira, contra 1.500 favoráveis ao afastamento do governador.
O PMDB divulgou que os pró-impeachment não passavam de 500, contra 7.000 que defendiam Vieira. Os partidários do impeachment calcularam em 2.000 os seus partidários e em 4.000 os defensores do governador.
A situação ficou mais tensa no início da tarde, quando os oficiais da PM começaram a se preocupar com a venda de bebidas na praça.
A informação de que bares improvisados na praça vendiam quentão e cerveja fez com que o efetivo de 500 policiais destacado para a segurança no início da manhã crescesse quatro vezes, chegando a 2.000 -metade de seu efetivo em Florianópolis.
Os quartéis foram fechados para que a corporação pudesse dar atendimento intensivo à votação.
A Polícia Civil, segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, espalhou mais 1.500 homens pela praça para reforçar a segurança.
STF
Ate as 15h30, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu liminar favorável ao governador Paulo Afonso Vieira (PMDB), uma barreira de PMs interrompia a passagem dos defensores de Vieira, que ameaçavam invadir a Assembléia Legislativa.
Os grupos favoráveis e contrários ao impeachment eram divididos por um fosso de 3 m de profundidade por 3 m de largura.
Nas laterais, havia espaço vazio que poderia possibilitar o confronto entre os dois grupos que ocupavam a praça.
Quando as rádios locais anunciaram a decisão judicial, o tom ameaçador da manifestação governista foi substituído pela atitude de cantar o Hino Nacional, pelo estouro de foguetes e, mais adiante, pela condução de Vieira, nos ombros de seus adeptos, ao palanque montado pelo PMDB.
O único incidente registrado foi um princípio de tumulto por volta das 5h30. Os defensores do governador tentaram derrubar um placar montado pelo grupo pró-impeachment. A professora Ivonete Andrade e um diretor do Sintesp foram atingidos por uma pedra e um pedaço de borracha.

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