São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Governador vê processo como um 'golpe'

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), passou o dia tenso, até sair a decisão do Supresso Tribunal Federal que o mantém no cargo provisoriamente.
Depois, assumiu o comando da festa peemedebista que afugentou o PT da praça em frente ao palácio do governo do Estado.
"Se quiserem o governo, busquem no voto, e não no golpe. O povo veio à praça dizer que o governo deve continuar. E a regra da democracia é a vontade do povo", afirmou o governador em cima de um carro de som.
Vieira se emocionou e teve que interromper o discurso no seu início. Depois, fez um desabafo aos militantes do PMDB: "Eles mudaram as regras, descumpriram prazos, montaram o paredão de julgamento, convocaram os guardas. Mas a Justiça disse 'não' ".
Afirmou que a situação, com a decisão do STF, volta à "normalidade". "Não havia o mínimo de direito de defesa, de materialização de provas. Estávamos indo para a condenação prévia", disse.
Paulo Afonso relatou quais os próximos passos da sua defesa: "Vamos buscar elementos que comprovem a correção dos nossos atos, não importa o tempo que isso leve. Não haverá mais atropelo."
Vieira começava a perder a tranquilidade no início da tarde, quando chegou a notícia da decisão do STF. O secretário de Educação, João Matos, deixou o gabinete correndo e foi à praça comunicar a decisão aos militantes.
A festa peemedebista começou por volta das 16h, enquanto os militantes do PT recolhiam as bandeiras e deixavam a praça.
Estratégia
O governador já traçou a estratégia para os próximos meses. Mesmo acreditando que, com a decisão do STF, seu julgamento terá uma caráter mais técnico do que político, ele continuará buscando o apoio do PFL. Tentará também uma reconciliação com o PSDB.
O objetivo é refazer a maioria na Assembléia. No início da noite, ligou para o presidente do PFL-SC, Pedro Bitencourt, e propôs uma recomposição dos dois partidos.

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