São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Presidente rechaça Brasil "avestruz"

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, em São Paulo, que o plano de estabilização tem pela frente novos desafios, como produzir maior crescimento e criar mais empregos.
"Mas o Real veio para ficar", disse FHC. O presidente afirmou que não abandonará o caminho do controle inflacionário por nada. Mas disse que o crescimento bom é aquele que faz a população feliz.
Falando o que eleitores gostam de ouvir, FHC afirmou: "Não estou em candidatura, nem em campanha. A eleição está longe".
FHC discursou na abertura de conferência organizada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), que tem o objetivo de produzir um documento para discutir "O Brasil que Queremos".
"O Brasil que queremos é o verdadeiro desafio", ponderou FHC. "Um Brasil que não seja como o avestruz, nem como o caranguejo; que não fique só nas costas, nem com a cabeça enfiada na areia", completou.
O presidente afirmou que, graças ao Real, a economia está mais forte para enfrentar a globalização, que é um fato e não uma opção, mas que ainda é preciso mudar.
FHC aproveitou para dar mais uma estocada no Congresso por conta do andamento das reformas. Ele voltou a cobrar as reformas administrativa, da Previdência e do sistema político.
"É a minoria que impede as mudanças", afirmou FHC. "Embora alguns que se dizem da base do governo às vezes votem contra."
O presidente disse que "não há mais quem escute" as predições de que "estamos na beira do abismo, porque não é assim que as coisas ocorrem".
"Claro que há problemas, mas não são dificuldades que nós não podemos suplantar. Não são problemas que vão limitar a nossa ação como nação autônoma."
Sobre o caso da presidência da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), FHC disse: "A Suframa não é objeto de escolha política. É uma decisão do presidente da República, que não tem nada a ver com as coisas que estão acontecendo. Isso é uma decisão que não tem nada de político no meio. Tem um caráter técnico, que sempre será mantido".
Por ter entrado em atrito com o governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL), Mauro Costa pode perder a presidência da Suframa.

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