São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Em 94, advogado de José Carlos era promotor e pediu julgamento

LUCAS FIGUEIREDO; AUGUSTO GAZIR
ENVIADOS ESPECIAIS A PLANALTINA (DF)

Dois anos e meio antes de defender José Carlos Alves dos Santos, o advogado Heraldo Paupério atuou como promotor no processo e concordou que o ex-diretor de Orçamento do Congresso fosse levado a julgamento sob a acusação de ter mandado matar a mulher, Ana Elizabeth Lofrano.
Em dezembro de 94, Paupério assinou documento no qual abria mão de pedir mais investigações sobre o caso, permitindo que o economista fosse a julgamento. Hoje, fazendo a defesa do economista, o advogado reclama que o caso foi mal investigado e que a Polícia Civil "armou" provas contra seu cliente.
Segundo o promotor Zacharias Mustafa Neto, encarregado da acusação, Paupério foi quem o convenceu a denunciar José Carlos quando ainda trabalhava como promotor no caso.
Paupério disse não se lembrar de que assinou o documento, apresentado ontem por Mustafa Neto. Mas reconheceu que já teve a opinião de que seu cliente havia ordenado o crime.
"Cheguei a pensar que José Carlos era culpado, sim, e também sugeri ao promotor que o denunciasse quando eu também era promotor. Mas depois fui conhecer o processo e vi que ele era inocente", rebateu Paupério.
O julgamento de José Carlos, que completa hoje seis dias, já é o mais longo do Distrito Federal (o anterior durou 36 horas).
A previsão é que o julgamento termine amanhã ou na quinta-feira, entrando para a lista dos mais demorados do país.

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