São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Estudo diz que há vagas em hospital do RJ

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

Pesquisa da Comissão de Higiene, Saúde Pública e Bem-Estar Social da Câmara dos Vereadores do Rio mostrou que não existe carência de leitos para internação na rede ligada ao SUS (Sistema Único de Saúde) -e sim uma má distribuição. "Existe dificuldade de internação porque os leitos estão mal divididos geograficamente e por especialidades", afirmou o presidente da comissão, o vereador e médico Paulo Pinheiro (PPS), 49.
Pinheiro -que foi diretor-geral do hospital municipal Miguel Couto, um dos maiores do Rio- promoveu ontem uma audiência pública para, com autoridades da área, discutir saídas para a crise do sistema de saúde no Rio.
Segundo ele, ficou claro para todos que a solução para o problema começa -como manda a Constituição federal- com a municipalização, com a Prefeitura do Rio passando a ser a gestora única do sistema.
No município existem 115 unidades de saúde ligadas ao SUS -controladas pelos governos federal, estadual e municipal. Para Pinheiro, esses "três patrões" complicam a situação do atendimento de saúde no Rio.
Pelos dados da pesquisa da Câmara, são 23.636 leitos cadastrados para internação -sendo que 13,9% (3.282) estão inativos. Dos 115 hospitais, 63 (55%) são públicos e 52 (45%), privados. Dos leitos ativos, 53% são públicos.
O problema do sistema, que Pinheiro define como "anárquico", começaria por haver uma oferta maior de leitos nas áreas mais nobres da zona sul e do centro da cidade, enquanto existe carência na zona oeste e nos subúrbios.
Primeiro resultado: há uma corrida de doentes de toda a cidade e até de municípios do Grande Rio para os leitos das áreas mais nobres. Com isso, a rotatividade média por mês nos leitos diminui.
Outro problema da rede de atendimento, segundo ele, é o excesso de leitos para internações cirúrgicas e psiquiátricas, enquanto há carência para o atendimento clínico, pediátrico e obstétrico.
Como a rede ambulatorial tem baixa produtividade, acaba agravando a superlotação da rede emergencial (que deveria receber apenas os casos mais graves).
"Existe uma distribuição irregular de leitos na cidade, uma baixa produção na rede ambulatorial e uma sobrecarga na rede emergencial, agravada por aqueles clientes que são excluídos pelos planos de saúde", disse Pinheiro.
O secretário municipal de Saúde, Ronaldo Gazolla, afirmou que irá hoje a Brasília para discutir com o ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, a possibilidade da transferência para a prefeitura, até o final do ano, da administração de seis hospitais federais.

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