São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Boicote ao provão foi de 2,5%, diz MEC

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Educação estima em 2,5% (2.320 pessoas) o boicote ao provão neste ano, contra os 3,8% (2.250) registrados em 1996.
A estimativa do MEC é que a presença total ao provão tenha sido de 94,5% dos 92.982 alunos de engenharias química e civil, odontologia, direito, administração e veterinária inscritos em todo o país (87.868), mais os 855 estudantes que conseguiram liminares.
No ano passado, a ausência registrada foi de 7,5%, contra os 5,5% até o momento.
Segundo Jocimar Archangelo, diretor de Avaliação do Ensino Superior do MEC, o boicote (provas entregues em branco) se concentrou mais em engenharia civil, mas ainda não há dados fechados sobre regiões ou cursos.
"No ano passado, o boicote foi mais forte na engenharia. Este ano, embora o movimento tenha refluído, também aconteceu", disse.
Na UnB (Universidade de Brasília), 8% dos alunos de engenharia civil fizeram a prova, contra apenas 1% em 96.
Em alguns cursos em que o boicote ao provão foi praticamente total em 96, como a engenharia civil da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), este ano os alunos resolveram fazer as provas: dos 72 presentes, 22 entregaram o exame em branco.
Na engenharia química, na mesma universidade, dos 78 alunos presentes à prova, apenas 1 a entregou em branco. Na engenharia civil da USP (Universidade de São Paulo), 6% dos estudantes não fizeram o exame, segundo o MEC.
Segundo Archangelo, os incidentes registrados este ano só chegaram a impedir a realização da prova em 1 dos 434 prédios reservados para o exame.
O diretor se referiu à Vitória da Conquista (BA), onde um grupo de estudantes tomou as provas do coordenador e as rasgou. "Foi um incidente grave, mas de pequena proporção", afirmou.
Archangelo disse que só receberão diploma os alunos que assinaram a lista de presença e que não estavam envolvidos no incidente.
Outra ocorrência foi registrada em Florianópolis (SC), onde dois estudantes pegaram um pacote com as provas. Eles foram detidos pela polícia 200 metros depois e o pacote permaneceu fechado.
Em relação a alunos que chegaram atrasados ao local do exame, o diretor de avaliação foi enfático. "Os que chegaram atrasados terão de fazer o provão no ano que vem", afirmou.
"O horário para chegar ao local do exame era 12h15. Quem alega que chegou só cinco minutos atrasado, às 13h05, na verdade se atrasou 50 minutos", disse.
Archangelo explicou que aqueles que se sentirem prejudicados poderão recorrer à Justiça.
Para justificar presença no local da prova, mas com atraso, basta apresentar o papel preenchido na entrada do prédio com a hora de chegada. Em 96, seis pessoas moveram recursos porque chegaram atrasadas. Todos foram negados.

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