São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Temporada de traição; Linha de largada; Tucano depenado; Ameaça explícita; Ministro ágil; Vacas magras; Sinal de fumaça; Usina de fraudes; Sigilo bancário; Dupla concessão; Pessimismo católico; Fera ferida; Patrocínio garantido; Coro dos insatisfeitos; Agenda católica; Lado esquecido; Escândalo nacional

Temporada de traição
A filiação de quatro novos deputados ao PFL, anteontem, é apenas o início de um novo troca-troca partidário que deve terminar em outubro. Desde a eleição, o PSDB foi quem mais ganhou deputados, 36 no total.

Linha de largada
PSDB, PFL e PMDB devem ser os partidos a ganhar o maior número de adesões até outubro, segundo a expectativa dos deputados. Explicação: são as legendas governistas com perspectiva de eleger grandes bancadas em 98.

Tucano depenado
Até o final de julho, o PFL filia mais cinco deputados do Rio, atraídos pela força eleitoral de Cesar Maia. Há tucanos entre eles, o que significa mais lenha na fogueira da crise com o PSDB.

Ameaça explícita
Deputados do PMDB estão correndo atrás de informações sobre isenção fiscal para lojas "free shop". Querem dar o troco em Jorge Bornhausen (PFL), empresário do setor, que trabalha contra Paulo Afonso (SC).

Ministro ágil
A pergunta que não queria calar ontem entre os presentes a uma cerimônia no Planalto era a seguinte: onde Serjão compra o elixir que lhe dá tanta energia?

Vacas magras
Políticos paulistas estão notando que vai ser difícil sensibilizar empresários em 98. Com inflação baixa, as doações ficam mais evidentes nos balanços. Além disso, secretários e ministros candidatos terão preferência.

Sinal de fumaça
O PL, que tem 10 deputados, deve receber pelo menos outros 10 até outubro. Detalhe: todos eles ligados a Itamar Franco.

Usina de fraudes
O Incra conseguiu cassar ontem o pagamento da indenização milionária da propriedade Santos Guglielme, que havia sido avaliada em R$ 445 mi. Um superfaturamento de 344%.

Sigilo bancário
Apesar da oposição de Luís Eduardo, Carlos Apolinário, relator da lei eleitoral, faz questão de liberar doações para campanha de deputados de depósito em conta específica. "É uma medida inócua", argumenta.

Dupla concessão
Na solenidade de assinatura do primeiro contrato de concessão de telefonia móvel, o cerimonial do Planalto quebrou uma regra. Não pediu o desligamento de celulares, como sempre faz.

Pessimismo católico
A CNBB já escolheu o tema da campanha da fraternidade de 1999: o desemprego. O slogan é "Sem Trabalho...Por Quê?".

Fera ferida
Depois de trocar sorrisos de aeromoça com o presidente nos EUA, Itamar ficou chateado por FHC não ter dado crédito a ele no pronunciamento de TV sobre o aniversário do Plano Real.

Patrocínio garantido
Na conta de deputados pefelistas, com candidato próprio ao governo paulista ou com Covas em 98, o partido faz 3 federais. Com Maluf, estimam fazer 10.

Coro dos insatisfeitos
Comentário de um cacique tucano sobre a obsessão de FHC em ter um palanque único nos Estados em 98: "O presidente esquece de Nelson Rodrigues. Toda unanimidade é burra".

Agenda católica
A união civil gay, o desemprego e uma convivência mais harmoniosa com as igrejas evangélicas devem dominar o encontro de CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) em São Luís (MA), entre os próximos dias 15 e 19.

Lado esquecido
A Unicef está criando um selo para ações sociais inspiradas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Está preocupada com a imagem, difundida por policiais, de que ele só facilita a vida de menores infratores.

Escândalo nacional
Capitaneada por Severino Cavalcanti (PPB), a bancada pernambucana entrou na briga pela instalação da CPI do Futebol. Razão: manobra que colocou o Bragantino na primeira divisão no lugar do Náutico de Recife.

E-mail: painel@uol.com.br

TIROTEIO
Do padre Fernando Altemeyer Jr., da Arquidiocese de São Paulo, sobre FHC:
- FHC é a fina flor da tautologia (de modo diferente, dizer sempre a mesma coisa). Não me orgulho mais do meu nome, ele anda "infernando" o Brasil.

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