São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Mulher morta estava irada com marido AUGUSTO GAZIR e DANIELA FALCÃO AUGUSTO GAZIR; DANIELA FALCÃO
Marília era amiga de Ana Elizabeth, morta em novembro de 92. José Carlos, ex-diretor de Orçamento do Congresso, é acusado de matar a mulher para ficar com a amante. A tese da defesa é que a morte foi "queima de arquivo", encomendada pelos "anões do Orçamento" (parlamentares denunciados por José Carlos como corruptos). A afirmação da professora vai de encontro ao depoimento do economista. Ele disse que estava bem com a mulher na época do desaparecimento. "Ela (Elizabeth) estava muito determinada. Me disse que não queria fazer força para que o casamento sobrevivesse. As coisas haviam se invertido, e ela agora é que cobrava", disse Marília. Ela contou que a amiga chegou três vezes no trabalho com hematomas no corpo, como se tivesse recebido uma pancada. Ana Elizabeth dizia que esbarrava nas coisas e tinha a pele sensível. Segundo Marília, Ana Elizabeth reclamava do casamento desde os anos 80. Em 1991, a professora ficou sabendo por ela que José Carlos tinha uma amante e uma outra casa ou apartamento. "Ela me dizia que tinha muita baixaria." Marília disse que não se considerava uma "confidente" da vítima, e sim uma amiga de trabalho. As duas trabalharam juntas no Ministério da Educação. A professora foi a primeira testemunha a ser ouvida. O julgamento começou na última quinta-feira. Antes do depoimento da professora, os advogados de defesa exibiram duas horas de vídeos de férias e festas da família Alves dos Santos. Eles queriam provar o bom relacionamento do casal. O julgamento de José Carlos é o mais demorado do Distrito Federal. De acordo com o juiz de Planaltina, Ademar Vasconcelos, esse já é o tribunal mais longo do Brasil. Texto Anterior: Violência rural atinge crianças Próximo Texto: Grito da Terra realiza protesto em Brasília; MST lança hoje revista sobre reforma agrária Índice |
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