São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997 |
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Ambientalistas podem atrasar rodoanel
DA REPORTAGEM LOCAL O início das obras do anel rodoviário metropolitano de São Paulo pode ser atrasado por pressões de entidades ambientalistas.Hoje, às 19h, o Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) vai promover audiência pública para discutir o impacto da obra, que vai ligar as principais rodovias da região metropolitana. Várias entidades exigem modificações no projeto. Alegam que o rodoanel vai trazer prejuízos ambientais por passar pelos mananciais, ao sul, e pela serra da Cantareira, ao norte. O governador Mário Covas e o prefeito Celso Pitta vão participar do evento, que vai ocorrer na rua Costa Carvalho, 300, Pinheiros. O Consema é o órgão que vai dar a palavra final sobre o projeto. Formado por 18 membros do Estado e 18 de entidades da sociedade civil, o Consema tem poder para rejeitar a obra. Pode também exigir modificações no traçado, o que poderia atrasar a obra. A decisão será dada até o final do ano, após a elaboração e análise do estudo de impacto ambiental. Carlos Bocuhy, coordenador da Campanha Billings Eu te Quero Viva, vai se manifestar no evento contra o traçado do rodoanel. Ele diz que o anel viário não deveria passar por dentro da região dos mananciais. "A obra vai induzir o adensamento populacional do entorno", diz. Bocuhy diz que o rodoanel vai repetir o que ocorreu na rodovia dos Imigrantes. "Diziam que não haveria nada no entorno da rodovia, que passa pelo manancial do rio Cubatão. Mas há até restaurantes no local", afirma. Edson Domingues, da Associação Brasil Verde, diz que o trecho norte deveria passar por trás da serra da Cantareira, e não pela frente (em relação a São Paulo). "A obra vai pegar uma parte da serra. Eles pretendem fazer túneis e viadutos, mas isso vai causar um grande impacto ambiental", diz. O secretário do Verde e do Meio ambiente, Werner Zulauf, diz que o impacto vai ser irrelevante perto do ganho ambiental que a cidade vai ter com a retirada de 20% dos caminhões que hoje circulam pelas marginais para passar de uma rodovia para outra. "A tecnologia moderna tem condições para mitigar o impacto. O importante é que a obra seja feita rapidamente", diz Regina Monteiro, do Movimento Defenda São Paulo. O rodoanel será construído em quatro etapas (oeste, sul, leste e norte). Se for aprovada dentro do prazo previsto, a obra deve ser iniciada no primeiro semestre de 98. Texto Anterior: Rodízio tenta apertar fiscalização Próximo Texto: Presidente da CDHU é acusado de usar boletim para promoção Índice |
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