São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Rodízio tenta apertar fiscalização

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Operação Rodízio tenta, a partir de hoje, fechar alguns buracos da fiscalização com a entrada em circulação de mais dez carros multadores, veículos que rodam com duas pessoas no seu interior e autuam enquanto circulam.
Ao lado dos 20 carros que já desempenhavam a tarefa, os novos multadores vão se concentrar nas marginais, nas regiões periféricas de São Paulo e em rotas alternativas que possam estar sendo usadas por motoristas infratores para fugir do controle do programa.
Há ainda um flanco aberto que, segundo os organizadores da operação, deveria ser atacado nesta semana: os corredores especiais.
Os caminhões que circulam com final proibido nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros, por exemplo, não estão sendo multados porque é preciso pará-los para verificar origem e destino das cargas.
Pelas regras do rodízio, só os caminhões que estejam de passagem pelos dez municípios da operação estão liberados da restrição de circular. Os demais podem levar multa -que tem o mesmo valor da dos carros, R$ 100, dobrando a partir da segunda autuação.
A solução cogitada para o caso foi organizar blitze conjuntas do CPTran (Comando de Policiamento de Trânsito) e policiais militares. Até ontem, elas não haviam sido anunciadas.
Obediência alta
A obediência à operação mostra tendência de se estabilizar na casa dos 95% ou 96%, segundo a Secretaria do Meio Ambiente -isto é, apenas 4% ou 5% dos carros que circulam têm o final proibido. Ontem, o respeito ao programa ficou em 96,3%.
Para os caminhões, a secretaria divulgou respeito de 84,8% ontem (obediência apurada fora do corredor especial).
As multas feitas na terça-feira, divulgadas ontem, foram 8.627 -acima da média dos demais dias da operação deste ano.
A qualidade do ar piorou ontem na Grande São Paulo, embora o nível de poluentes tenha ficado dentro dos limites aceitáveis.
Na terça, houve 17 estações com qualidade boa e 4 com ar regular.
Tendência confirmada
O terceiro dia das férias de julho confirmou a tendência de melhora no trânsito de São Paulo, especialmente pela manhã. Nesse período, o pico voltou a ser menor que o registrado na semana passada, quando havia rodízio, mas as aulas não tinham terminado.
A maior marca de lentidão registrada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) foi de 24 quilômetros, às 9h30, número inferior aos picos matinais da semana anterior.
No período da tarde, a quarta-feira voltou a ter volume de congestionamentos no mesmo patamar de antes do início das férias. Foram 71 quilômetros, às 19h, seis a mais que na quarta anterior.
Rodízio e férias tiram das ruas da capital perto de um terço da frota. Com esse volume de veículos na garagem, não foi registrado ainda nenhum índice de poluição acima do aceitável.

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