São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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PDT deve ganhar secretaria em SC

LÉO GERCHMANN

LÉO GERCHMANN; LUCIO VAZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Pedetista deu voto para ajudar PMDB

LUCIO VAZ
Um dia depois de ter colaborado com um voto para evitar a abertura de processo por crime de responsabilidade contra o vice-governador de Santa Catarina, José Augusto Hulse (PMDB), o PDT já tinha garantido, ontem, um cargo no governo estadual.
Nos próximos dias, o ex-senador Nelson Wedekin (PDT-SC) será anunciado como substituto de Paulo Prisco Paraíso na Secretaria da Fazenda. Paraíso deixou o cargo na última terça, junto com o procurador-geral do Estado, João Carlos Hohendorff. Naquele dia, todos os secretários puseram seus cargos à disposição do governador Paulo Afonso Vieira (PMDB).
O objetivo da manobra é atrair os partidos que já foram aliados de Vieira (caso do PDT, PFL e PSDB), aumentado as chances de o governador permanecer no cargo.
O deputado Jaime Mantelli (PDT) disse ser "uma boa" a entrada de Wedekin no secretariado e apoiou a participação pedetista no governo. Ele foi contra a abertura do processo contra o vice e se justificou dizendo que foi uma forma de "terminar a confusão". Foram 12 votos contra o processo e 20 a favor. Os 8 pefelistas abandonaram a sessão e não votaram.
Vieira pretende usar os cargos de segundo e terceiro escalões e verbas do programa "Viva o Município", de R$ 50 milhões, para atrair o PFL e evitar o impeachment.
Com a verba, poderá fazer obras em cidades que integram as bases dos deputados. Poderá, ainda, manter os indicados pelo PFL para diretorias e gerências do governo.
O secretário-adjunto de Governo, Róger Bittencourt, admitiu que o governo buscaria acordo com a oposição, principalmente PFL e PDT, oferecendo secretarias.
A rejeição do processo contra Hulse gerou uma crise no PFL. O deputado Júlio Teixeira disse que vai recorrer à comissão de ética para "depurar" o partido no Estado.
O deputado Pedro Bittencourt negou ter havido favorecimento ao governo e disse que abandonará a presidência do PFL local se houver uma reaproximação de Vieira.

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