São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Flagrante de tragédia

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada como o Jornal Nacional, no flagrante de uma tragédia nacional. Não foi outra coisa a história do bebê "salvo da morte segundos antes de ser esmagado pelo triturador de lixo".
Foram um lixeiro e dois seguranças salvaram a criança. O lixeiro escutou um gemido e percebeu que algo se mexia. Abriu o saco e viu o recém-nascido.
Descontrolado no JN, um dos salvadores chorava e gaguejava, sem entender como tal era possível:
- A gente que é pai, cara, não está acostumado com isso... Dói... Você se sente impotente, cara. É Deus...
*
FHC, que vende um Brasil sem tragédias, não deixa passar um palanque. Faz discursos eleitorais diários, voltados menos à platéia presente e mais às câmeras.
- Existe na cabeça de quem não tem cabeça...
Leonel Brizola, ouvido sobre a investida publicitária de FHC, foi ao ataque:
- Ele está cometendo abuso de poder, usando o palácio como palanque... Está usando toda uma máquina gigantesca de comunicação...
Uma máquina de comunicação que é própria do cargo, de cobertura contínua nas redes. Não à toa que são raros os presidentes americanos que não se reelegem.
*
FHC, que havia ameaçado com baionetas outro dia, em reação ao escândalo da compra de votos, não perdeu tempo para voltar ao tema. O motivo são as greves de policiais. Na CBN:
- O presidente da República já acena com o Exército...
E já ganha eco em entidades de que se esperava mais, como a OAB, por meio de seu secretário-geral, ontem.

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