São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Fiscal nega suborno

DA SUCURSAL DO RIO

O fiscal do DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) Marcio Caldas negou que tenha recebido propina da Nacional Gás Butano Distribuidora Limitada.
A Procuradoria da República suspeita que o gerente Manuel André Capelo Rodrigues, da empresa de gás, tenha feito pagamentos indevidos ao fiscal.
O nome de Caldas aparece em anotações apreendidas na sala de Rodrigues na empresa, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), ao lado da anotação R$ 1.200.
O fiscal diz que, por duas vezes, uma antes e outra depois da data anotada (5 de maio de 1995), autuou a empresa por irregularidades.
"É uma incoerência total", diz Caldas, afirmando que as autuações que fez na Nacional Butano são "documentos oficiais, e não anotações".
Ele acusa o gerente da empresa de gás de usar indevidamente seu nome.
"Sou fiscal e incomodo a empresa. Ele jogou o nome e colocou uma cifra, mas o dinheiro não veio parar no meu bolso. Deve estar no bolso dele", disse Caldas.
Para ele, "estão sendo feitos desvios no caixa dois da empresa". E continua: "O movimento do caixa dois era de tal monta que facilitava o gerente se locupletar", disse.
O chefe da fiscalização do DNC no Rio, Carlos Alberto Hasseman, disse que outros nomes que aparecem na lista de Rodrigues mostrariam que não houve corrupção.
"Não há nenhum fiscal chamado Ruy (um dos nomes listados)", diz.
Além disso, o fiscal Roberto Lorents, que aparece como recebendo R$ 2.000, é lotado em Belo Horizonte.
O delegado do Ministério das Minas e Energia (ao qual o DNC está ligado), César Ramos Filho, disse que foi aberta sindicância interna para apurar os fatos.
A reportagem da Folha não conseguiu localizou Lorents, que estava em viagem pelo interior do Estado.
Grupo Edson Queiroz
Rodrigues não foi trabalhar anteontem na sede da Nacional Butano. Ele não esteve no seu escritório nos últimos dias.
A Folha também não localizou o diretor jurídico do grupo Edson Queiroz, Francisco Maia Alencar, na sede da empresa, em Fortaleza.
No departamento jurídico, o advogado João Alberto Matias Duarte informou que somente Alencar poderia dar informações sobre o assunto e que ele estava viajando.

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