São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997 |
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Três polícias querem engrossar greve
IRINEU MACHADO
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Pará, Justiniano Alves Júnior, 34, disse à Agência Folha ter recebido desde anteontem telefonemas das associações de delegados de São Paulo, do Paraná e do Espírito Santo. "Eles estavam interessados em saber como conseguimos organizar o movimento em conjunto, essa união dos civis e militares. Eles planejam fazer greves e querem seguir os nossos passos. O movimento tende a se alastrar." O primeiro dia de greve dos policiais civis e militares do Pará teve adesão de entre 30% e 40%, segundo o governo, e de entre 80% e 90%, segundo os organizadores da paralisação. Foi a primeira greve geral da polícia na história do Pará. Os civis querem 75% de reajuste salarial e os militares pedem 70%. Os salários não são reajustados há três anos. O governador Almir Gabriel (PSDB) ofereceu anteontem à noite um abono de R$ 100 aos 16 mil policiais civis, militares e bombeiros, mas eles, em assembléia, mantiveram a decisão da greve. Depois da assembléia, cerca de 1.200 policiais saíram em passeata por ruas centrais de Belém. A manifestação da manhã de ontem foi mais fraca. Reuniu cerca de 200 policiais às 10h na praça do Operário (região central). O tenente da PM Luiz Fernando Gomes Furtado, presidente da Associação dos PMs e um dos organizadores da greve, disse que os quartéis impediram a saída dos PMs na manhã de ontem para "enfraquecer o movimento". Cerca de 50 PMs, uniformizados e desarmados, participaram da manifestação encapuzados, empunhando bandeiras pretas. Depois de nova passeata de mais de 5 km pelas ruas da cidade, os manifestantes se concentraram em frente ao prédio da Secretaria de Estado do Planejamento. Pela manhã, o secretário do Planejamento, Simão Jatene, nomeado interlocutor do governador Almir Gabriel, reuniu-se com uma comissão de líderes dos grevistas para expor detalhadamente as propostas do governo. Alves Júnior liderou a comissão dos policiais e disse aos manifestantes que o governo confirmou a intenção de dar abono e ofereceu melhores condições de trabalho, como redução da jornada. Os líderes policiais reforçaram a reivindicação de reajuste salarial. Houve nova rodada de negociações, e o resultado da reunião seria votado ontem à noite em assembléia conjunta. O governador Almir Gabriel (PSDB) se diz impossibilitado de cenceder reajustes. LEIA MAIS na pág. 3 Próximo Texto: Líder diz que 'fome' fez união Índice |
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